“As pessoas ligam no meu telefone e no do prefeito pedindo para que a gente dê um jeitinho”, conta vice-prefeita; Plano Nacional será seguido

Relatando casos de ameaça, a vice-prefeita de Divinópolis Janete Aparecida (PSC) pediu à população respeito ao cumprimento das prioridades e disse que o município segue o preconizado pelo Ministério da Saúde. A declaração foi feita na sexta-feira (19/02) na coletiva que detalhou como seria o processo de vacinação dos trabalhadores em saúde.

Os primeiros a serem vacinados na cidade foram os profissionais de saúde da linha de frente. Na sequência foram os idosos que vivem em casas de longa permanência, as pessoas com mais de 18 anos com deficiência institucionalizadas, quem tem 90 anos ou mais e, por fim, os agentes funerários.

Atendendo a norma técnica da Secretaria de Estado de Saúde (Ses), 6% da última remessa foram reservados para os trabalhadores que não atuam diretamente com o novo coronavírus, mas desempenham atividades em instituições de saúde.

O vacinômetro divulgado, nesta quarta-feira (24/02), pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) aponta 9.908 doses aplicadas desde o início da campanha de vacinação. Foram 6.961 primeira dose e 2.947 segunda.  8.645 profissionais de saúde foram imunizados. Também foram vacinados 550 idosos institucionalizados e 14 pessoas com deficiência. Outros 699 idosos com 90 anos ou mais já foram vacinados. O município não divulgou quantos foram os agentes funerários imunizados. 

Por enquanto, não há previsto quais serão os próximos grupos a receber a dose do imunizante. Embora tenha divulgado um cronograma dividindo em etapas os idosos por idade, o município aguardará a recomendação com o próximo lote, ainda sem data para ser entregue.

“Tem gente que fala: é um absurdo vocês terem deixado a vacina dos idosos de lado para iniciar a dos trabalhadores em saúde. Não somos nós que determinamos”, declarou a vice-prefeita.

Ameaças

Os relatos de ameaças também foram feitos pelo secretário de saúde Alan Rodrigo. Essa foi uma das razões que o município optou em adota o drive-thru para os trabalhadores em saúde. Foram três dias de vacinação. O formato observou a organização e também a segurança para as equipes.

 “A nossa equipe tem sido frequentemente assediada durante a vacinação por profissionais que não estão enquadrados e tentam furar a fila”, relatou o secretário.

As ameaças também se estendem ao secretário. Pedidos para furar a fila são feitos ao prefeito Gleidson Azevedo (PSC) e a vice.

“As pessoas ligam no meu telefone e no do prefeito pedindo para que a gente dê um jeitinho (…) Vamos seguir o que o Plano Nacional de Imunização estabelece. Jeitinho não vai existir. Aqui não tem amizade com o rei”, disparou Janete.

Ela ainda pediu que a população ajude a respeitar.

“A vacina tem as suas prioridades e essas prioridades precisam ser respeitadas. Quando as pessoas tentam burlar, tentam usar disso para ter vantagem que não é dela, está prejudicando todo o processo”, alertou.