“Algumas empresas já mostraram interesse em administrar o hospital e o Estado estudará as propostas para a escolha da vencedora”, diz
Ilídio Luciano
O Vice-prefeito de Divinópolis, Rinaldo Valério afirmou categoricamente ao PORTAL GERAIS, nesta quarta-feira (16), que a mineradora Vale assumirá as obras de conclusão das obras do Hospital Regional de Divinópolis.
Rinaldo garantiu que a multinacional iniciará os trabalhos em 30 dias, conforme obteve resposta do responsável pelas parcerias entre o Governo de Minas e as empresas privadas.
“Obtive resposta recente do Ian Queiroz, que é o responsável pelas parcerias entre o Governo do Estado e as empresas privadas, que a Vale está disposta a concluir as obras do Hospital Regional de Divinópolis, como compensação pelos prejuízos causados ao Estado, quando houve o rompimento das barragens de resíduos sólidos; prejuízos ambientais, sociais e humanos que foram provocados pelo acidente em Brumadinho e Mariana”, sentenciou.
Valério comemora a informação e contou que o último ato antes da mineradora iniciar seus trabalhos em Divinópolis, será a assinatura do protocolo estadual, o que acontecerá em um mês.
“A notícia é muito boa para Divinópolis, porque dentro de um mês a Vale assinará o protocolo com o Estado e a empresa começará as obras para terminar a construção do nosso Hospital Regional. Algumas empresas já mostraram interesse em administrar o Hospital e o Governo do Estados estudará as propostas para a escolha da vencedora”, comemora.
Frequentador assíduo da Secretaria Estadual de Saúde, durante o Governo de Fernando Pimentel (PT), Rinaldo informou que no governo petista, o Estado pretendia terminar a construção do Hospital, mas exigia que 100% do atendimento do complexo fosse oferecido para os usuários do SUS, o que na visão do vice-prefeito inviabiliza a vida financeira do empreendimento.
“O Governo passado queria terminar o Hospital com dinheiro público, mas exigia que o atendimento à população fosse oferecido 100% pelo SUS; todo mundo sabe da dívida bilionária que o Estado tem para com Divinópolis. Então, se for esperar o Governo do Estado terminar o Hospital Regional de Divinópolis vai demorar muito tempo para ver a obra pronta; e outra, abrir Hospital para atendimento somente pelo SUS é abrir e ter a garantia de fechamento em breve”, termina.
Estado não confirma
O governo estadual está em processo de análise das propostas, que foram apresentadas pelas empresas interessadas em assumir a execução dessas obras nas cidades onde há construções já iniciadas. A Tomada Pública de Subsídios (TPS) foi iniciada em maio do ano passado. Por enquanto, o Estado não confirma que a Vale assumirá a obra e nem nega, apenas diz que está analisando.
“As atividades relacionadas ao edital foram concluídas no final de 2019 e o Grupo de Trabalho elaborou um relatório final contendo os principais subsídios entregues e observados e as considerações levantadas ao longo do processo. O relatório já foi finalizado e as informações apresentadas estão em análise”, esclarece.
Resultado em janeiro
Segundo a Assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Saúde, o prazo para a conclusão das análises de propostas é até o final deste mês de janeiro. Após a divulgação dos vencedores de cada uma das obras, a expectativa é de que as empresas vencedoras iniciem as obras imediatamente, mas ainda não há um prazo estipulado para a retomada dos trabalhos no complexo de saúde divinopolitano.
“A previsão é que até o final de janeiro o exame das informações seja finalizado, considerando a realidade de cada Hospital Regional. Ainda não há previsão das datas para a retomada das obras, já que as propostas estão em análise”, cita a nota oficial.
Entre os habilitados para gestão e custeio do hospital, está o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Ampliada Oeste para Gerenciamento dos Serviços de Urgência e Emergência (Cis-Urg) gestor do Samu.
Valores
Até o momento já foram liberados pela Secretaria de Estado de Saúde R$ 63 milhões. O último repasse foi de R$2 milhões. A previsão de custo final é de R$ 98.917.720,37, ou seja, faltam mais de R$31 milhões.
As obras foram iniciadas em 2009 com previsão de custo de R$ 36 milhões.