“Indícios de corrupção”, afirma vereadora sobre envolvimento do deputado; Print Jr cobra explicação 

A visita do vereador de Divinópolis Eduardo Print Jr (PSDB) à sede da Associação dos Diabéticos de Contagem gerou incomodo no deputado federal Léo Motta (PL). Logo após o tucano deixar o local, o parlamentar, usando um carro de som, fez uma transmissão ao vivo.

“Aqui funciona uma associação há muitos anos e todos sabem com milhares de atendimento a essa comunidade e a comunidade da região, inclusive com atendimento odontológico”, afirmou.

Citando o vereador, disse que o projeto, privado, estava fechado.

“Fez filmagem fajuta, mal intencionada, está tentando fazer sensacionalismo com as pessoas. O projeto estava fechado mesmo, o projeto não tem recurso público, a associação está funcionando com doações”, afirmou.

Após ir a dois endereços, em um deles o vereador teria encontrado um bar. A visita foi para solicitar que o contrato entre a entidade e o Complexo de Saúde São João de Deus, envolvendo três vans odontológicas, fosse tornado público. Há uma cláusula de sigilo entre as partes o que chamou a atenção dos vereadores já que o hospital receber dinheiro público.

“No segundo, na rua Rio Verde, no Bairro Riacho das Pedras, populares que estavam no bar alegaram que a associação funcionava no estabelecimento da esquina, que também se encontrava fechado e sem nenhuma sinalização. Inclusive, um comerciante da área me confidenciou que o imóvel está disponível para aluguel”, relatou Print Jr.

Foi neste mesmo endereço que o deputado fez a live. Ele mostrou que a maior parte dos imóveis ao lado da sede da associação tem o mesmo número “411”. Ele também mostrou imagens de dentro do imóvel. Não havia ninguém dentro ele.

Motta tratou o caso como perseguição política.

“Foi só começar a fiscalizar prefeitos que desviaram dinheiro público”, disparou Léo Motta, citando várias vezes o prefeito de Conselheiro Lafaiete, Mário Marcos (DEM).

Ele também cobrou retratação.

“Retratem-se ou vou processar cada um”, enfatizou.

Ele negou que as emendas encaminhadas ao CSSJD tenha relação com a compra das vans odontológicas e com a associação.

“São para custeio e não para investimento. Vocês estão querendo aparecer em cima de mim. Fiscalize mesmo. Recursos públicos, pessoas públicas precisam ser fiscalizadas, mas prestem atenção e façam com responsabilidade”, disse.

“Indícios de corrupção”

A compra das vans encontradas abandonadas em um terreno do deputado em Contagem tem gerado polêmica desde a última semana. A vereadora Lohanna França (Cidadania) chegou a falar, nesta terça-feira (24/8), em “indícios de corrupção”.

“Não posso falar nada com certeza porque as investigação sequer começaram. Mas, o que parece é que o hospital comprou essas vans com recursos próprios, depois o deputado direcionou as emendas e que parte desses recursos foram para pagar essas vans que depois serão embolsadas pelo debutado para fazer sei lá o que com o dinheiro”, afirmou na reunião.

Embora haja uma cláusula de confidencialidade, parte do contrato, com data de 02 de março deste ano, foi detalhada pelos vereadores. Em uma delas, como antecipado com exclusividade pelo PORTAL GERAIS, está previsto a doação das vans para a associação. Isso deverá ocorrer cumprido o prazo contratual ou quantitativo dos serviços a serem prestados.

O contrato prevê 300 atendimentos a serem indicados pela Fundação Geraldo Correa e outros 300 pela entidade por mês.  

“É muita coincidência você aparecer na nossa cidade no mesmo ano que a cidade te colabora com três vans odontológicas (…) Ele tem que cumprir o atendimento de 600 pacientes mês. E se não cumprir? A pandemia não deixou, em um ano a van é sua pelo custeio. Custeio de que? De três vans paradas em lotes vagos”, afirmou Eduardo Print Jr durante a reunião da câmara e cobrou:

“Se explique-se deputado”.