Renato Ferreira é autor do projeto (Foto: Moreno Machado/CMD)

Júlia Sbampato

O vereador Renato Ferreira (PSDB) falou nesta terça-feira (5) sobre a necessidade da conclusão da obra do Hospital Regional em Divinópolis. Segundo ele, 70% das pessoas que estão hoje na UPA em casos de média complexidade, seriam encaminhadas para o hospital, se ele estivesse em funcionamento. Os outros 30%, nos casos de alta complexidade, seriam encaminhados para o Hospital São João de Deus.

Divinópolis está a 130km de distância de qualquer região do SAMU. Para o vereador, é preciso juntar forças e aproveitar o momento, já que ano que vem é ano de eleição. Ele propõe que os 54 municípios que compõem o CIS-URG se juntem em um mutirão, e que cobrem dos políticos que irão concorrer a deputados estaduais e federais nas eleições de 2018 a conclusão do hospital.

 “Se nós juntarmos forças, sem vaidade e sem partido, e cobrar a finalização desse hospital, eu creio que, pra nossa região, vai ser um saldo muito positivo”.

Foi enviado um requerimento pedindo a discriminação dos R$44 milhões devidos do Estado ao Município, sabendo que R$1,5 milhão é destinado a UPA. Nesse requerimento, quer-se saber corretamente para onde está devendo o resto dessa dívida para que seja cobrado com cautela.

O presidente da Câmara, vereador Adair Otaviano (PMDB) também questionou os recursos gastos na obra que já supera o previsto inicialmente que era de R$43 milhões para entrega em dois anos. Adair lamentou a falta de respeito dos políticos com a população, pois já foram consumidos R$63 milhões sem que essa fosse atendida.

O vereador ainda denunciou a empresa Marco XX, que ganhou a licitação para a obra e é doadora de campanha de diversos políticos e que isso merece ser investigado. Ele afirmou que em Uberlândia fizeram um Hospital Público do mesmo porte do de Divinópolis em apenas três anos.

Milhões de reais esquecidos

Já o vereador Marcos Vinicius (PROS), em sua fala, lembrou da fala do Governador do Estado de que retomar a obra do Hospital não é prioridade do governo.

 “São milhões de reais esquecidos, abandonados, e a gente fica pensando que a situação poderia ser muito pior, de depredação, de ocupação indevida por pessoas desocupadas”, comenta o vereador.

Ele diz que a situação só não chegou a esse ponto devido aos seguranças que estão sendo pagos para vigiar a obra, parada há mais de um ano. São milhares de metros de áreas construídas que vem sido guarnecidas por vigilância armada 24 horas por dia, com custo de quase R$40 mil mensais.

A assessoria de comunicação já havia informado ao Portal que o contrato com a empresa responsável pela prestação do serviço termina no dia 29 de novembro. E que não terá ser renovado. Dessa forma, o hospital ficará à mercê, como foi apresentado pelo vereador Marcos Vinicius.