Três casos de suspeita de febre hemorrágica estão sendo investigados; Todas as vítimas passaram pelo local

Marcelo Lopes

Os casos de suspeita de febre hemorrágica ocorridos em Divinópolis tiveram repercussão durante a reunião ordinária realizada na tarde desta terça-feira (07), no plenário da Câmara Municipal. Dentre os vereadores que comentaram sobre o assunto, Eduardo Print Júnior (SD), sugeriu a possibilidade de uma interdição provisória do Parque da Ilha.

“Tivemos três óbitos até o momento e todas estas vítimas passaram pelo local. Quando eu coloquei que é importante, talvez, a gente fechar o Parque da Ilha provisoriamente, é até a Secretaria de Zoonoses dar um parecer. Se ali é um criadouro desse carrapato, se existe um número maior do que nos outros lugares”, disse Print.

O vereador comparou o local a outras regiões da cidade, nas quais também possuem capivaras, um dos animais que podem hospedar o carrapato-estrela, transmissor da febre hemorrágica e outras doenças provenientes dela, como a febre maculosa.

“Cito a própria região do Farião, que tem crianças que jogam futebol por ali praticamente todos os dias. A orla desse local vive cheia de capivaras e até em dias de jogos, vemos elas por lá e por ali, não teve nenhuma vítima que passou naquela região. Porque que no Parque da Ilha as três vítimas foram picadas pelo carrapato e acabaram falecendo? Será que ali é o pólo gerador desse carrapato?”, questionou.

Eduardo sugeriu um trabalho conjunto entre as secretarias municipais de educação, saúde e meio ambiente, alertando para que não ocorram outros casos.

“Não se pode no Parque da Ilha fazer um muro que delimite o rio do parque. Pode-se colocar uma cerca ou um alambrado? Não sei. Então isso teria que ser um trabalho feito por eles e até levantarem como cessar este problema, é importante que se isole o local, porque senão, pode acontecer também com uma criança, com mais uma pessoa que ali trabalha ou até mesmo qualquer um de nós que for ao parque”, finalizou.

Casos e ações

No último sábado (04), um idoso, de 63 anos faleceu após dar entrada no hospital com suspeitas de febre hemorrágica. Em julho, uma jovem, de 22 anos e um idoso, de 81 anos, também faleceram com os mesmos sintomas. Nos três casos, as vitimas foram ao Parque da Ilha. Os casos estão sendo investigados pela Secretaria Municipal de Saúde, com a análise de amostras de sangue, sendo realizadas em Belo Horizonte, na Fundação Ezequiel Dias.

A Semusa comunicou que irá reforçar o trabalho educativo sobre os perigos da febre maculosa, distribuindo panfletos e cartazes nas áreas consideradas críticas. A secretaria também realizou o trabalho de desintetização do Parque da Ilha e no entorno da Escola Municipal Darcy Ribeiro, no bairro Niterói.

Nesta quarta-feira (08), uma coletiva de imprensa será realizada na Sala Verde do Parque da Ilha com o secretário de saúde, Amarildo de Souza. Na pauta, estarão presentes novas ações sobre os casos investigados.