Comitê da Macrorregião Oeste solicitou que o segmento seja classificado na “onda amarela”; Se município reabrir sem autorização do Estado, ele poderá ser retirado do programa

Os vereadores de Divinópolis ameaçam a não votar nenhum projeto do Executivo até que as academias sejam abertas. A sugestão foi apresentada, nesta quarta-feira (12), pelo vereador Dr. Delano (MDB). Apresentando um documento em que reivindica a retomada de atividade do setor, ele tratou como incoerente permitir o funcionamento de bares e fechar as academias.

Os estabelecimentos estão fechados desde o último sábado (08) após a adesão do município ao programa estadual “Minas Consciente”. Ele foi classificado na onda amarela.

 “O prefeito precisa ter pulso (…) A comissão não está pedindo, ela está exigindo a reabertura. Não há justificativa técnica e científica, viu comitê de saúde, que mande fechar essas academias (…) Abre os botecos e fecha as academias. Onde vocês estão com o juízo? Abre o lugar que adoece, dá barriga, pressão alta, colesterol e fecha o lugar que dá saúde”, contestou Delano.

 

O secretário municipal de Saúde Amarildo de Sousa pediu uma reunião extraordinária com o Comitê Estadual nesta terça-feira (11). A adesão do setor na onda amarela foi solicitada, porém negada, em um primeiro momento pelo Estado. O assunto será colocado em pauta ainda hoje no Comitê Municipal e voltará a ser discutido nesta quinta (13) no estadual.

Paralelo a isso, o superintendente de Saúde da macrorregião Oeste, Alan Rodrigo da Silva disse que o comitê de enfrentamento à Covid-19 da macrorregião solicitou a inclusão do setor dentro da onda amarela ao Centro de Operação de Emergências em Saúde (COES-Minas). O órgão é responsável pelos estudos e definições. Não há uma previsão de quando a regional irá obter um retorno e se ele sairá antes de 28 dias.

Sem mudanças, Divinópolis só poderá avançar para onda verde se conseguir manter a pontuação dos indicadores abaixo de 12 pelas próximas semanas. Até lá, as academias terão que permanecer fechadas com risco da cidade ser retirada do programa estadual. Caso isso ocorra, a situação pode ficar ainda menos confortável, pois, por determinação judicial ela terá que seguir a deliberação 17, que permite apenas serviços essenciais de abrirem.

Silva tratou como “hiperdimensionado” a discussão sobre o funcionamento das academias na cidade. Ele destacou que, mesmo antes de Divinópolis aderir ao Minas Consciente, o protocolo do programa não permitia a retomada da atividade, pois elas sempre estiveram numa onda mais restritiva. Elas só foram retomadas, devido a matriz criada individualmente pela prefeitura.

Incoerência

Sobre os afirmações que tratam como “incoerente” a liberação de bares e o fechamento de academias, ele explicou que o fator “economia” pesou na decisão, devido a quantidade de empresas que atuam neste setor. Vários outros itens também foram levados em consideração, como fato de bar e restaurante ter o mesmo CNAE e poderem atuar na modalidade delivery.

Porém, para a reabertura foi elaborado um protocolo mais rígido para bares. Segundo o superintendente, cabe os municípios tratar com mais rigor a fiscalização para evitar aglomerações e o descumprimento das normas.

O cumprimento do protocolo, em todos os setores, será acompanhado pelo Ministério Público e apurado também a partir de denúncias.

Na segunda-feira (10) uma manifestação foi realizada pelos donos de academia na cidade. Cerca de 200 pessoas participaram.