Eduardo Print Júnior defende proposta (Foto: CMD/Divulgação)

Medida visa vacinar profissionais do setor para retorno das aulas presenciais; prefeito precisa avaliar

O vereador Eduardo Print Júnior (PSDB) apresentou nesta terça-feira (11/5) um requerimento que propõe ao prefeito Gleidson Azevedo (PSC) o reconhecimento das atividades educacionais presenciais nas unidades das redes pública e privada municipal, estadual e federal, relacionadas à educação infantil, ensino fundamental, nível médio, educação de jovens e adultos e ensino técnico como “atividades essenciais”. Esse reconhecimento, segundo o autor, é necessário para que cerca de quatro mil trabalhadores ligados à educação possam receber a primeira dose da vacina ainda neste mês de maio, a segunda dose em agosto e possam, assim, voltar ao trabalho com segurança.

Dos 17 vereadores, 16 assinam a proposta como coautores. Apenas o Hilton de Aguiar (MDB) não assinou. O Executivo ainda precisa avaliar a proposta.

De acordo com o autor, o objetivo é evitar a interrupção total das atividades educacionais presenciais e, assim, garantir a adoção de protocolos em biossegurança epidemiológico-sanitária que assegurem a tanto a proteção integral às crianças, aos adolescentes, professores e demais profissionais da educação – inclusive aos prestadores de serviços de apoio, limpeza, manutenção e segurança – quanto o exercício das atividades educacionais presenciais.

O texto também pede que seja garantida a vacinação dos trabalhadores em educação, indispensáveis à manutenção das atividades educacionais presenciais para resguardar a vida, a saúde e a integridade física dos profissionais relacionados a esta atividade essencial.

O vereador fez uma defesa enfática da proposta durante pronunciamento. 

“Tomei a decisão de fazer esse requerimento sabendo as dificuldades que temos de vacinas hoje. Sabendo do desconforto que o presidente [Jair Bolsonaro (sem partido)] nos deixa em várias atitudes e ações. A maneira como estão sendo direcionadas as aulas presenciais no Brasil me preocupa. As aulas online nas escolas particulares vem acontecendo. Enquanto as aulas da rede pública ora acontecem, não acontecem ou não se sabe se vai ou se não vai. Minha preocupação é com o futuro. A evasão escolar vai acontecer de uma forma tão grande que ela vai superar as últimas décadas. Talvez seja a maior da história”, disse.

O presidente da Câmara citou como exemplo a situação vivida por pais de adolescentes, que às vezes têm dificuldades de fazer com que os filhos prestem a devida atenção no conteúdo ensinado remotamente.

“Na sua maioria das veze, esses adolescentes e pré-adolescentes preferem fazer as provas online, porque eles têm ao lado o maior dicionário do mundo: o Google. Ele ajuda ele a tirar notas boas nas provas. Mas e o conhecimento prático, a leitura, a desenvoltura? Isso nós estamos perdendo”, defendeu.

Print Júnior lembrou que as crianças e adolescentes já estão há quase um ano afastadas do ambiente escolar.

“Se hoje a gente têm condição de vir à Câmara, de ir ao supermercado, comprar presentes para as mães, tirar férias, ir ao sítio, vamos agora montar uma condição para que a gente possa voltar com as aulas presenciais. […] Acho muito injusto a rede municipal e estadual pararem e a particular continuar. E o futuro? E o conhecimento do futuro? Por que essa distinção? O aluno que tem condição estuda e o que não tem espera? Por que?”

O vereador ressalta que o requerimento não busca levantar uma discussão que objetive estabelecer quem está certo ou errado. Segundo ele, em meio à pandemia ninguém sabe direito quem está certo ou errado. No futuro, afirma, é que a população vai saber quem estava certo ou errado.

“Hoje, ninguém sabe. Esse requerimento busca cerca de 4 mil vacinas para o nosso corpo escolar municipal, estadual, particular. Busca vacinar trabalhadores da educação para que eles e os alunos possam voltar às escolas. Seria demagogia falar que os alunos estão presos dentro de casa, pois poucos estão. Basta olharmos em praças, campos de futebol, lotes vagos, ruas, cinema, shopping… Estão todos lá”, comentou.

O autor da proposta lembra que o setor privado se adequou aos cuidados contra o novo coronavírus, mas perdeu muitos alunos.

“A evasão foi muito grande. Escolas estão fechando. Vi um relato da escola Chapeuzinho Vermelho vendendo todos os seus materiais físicos porque não tem mais condição de tocar a escolinha. Isso é triste. Pandemia não é o fim do mundo. Isso é de passagem. Nós vamos passar por isso e temos que encarar ela com segurança, cuidado”, afirmou.

Outro exemplo dado pelo autor foi o do próprio Legislativo, que manteve as atividades presenciais, mesmo após casos positivados entre vereadores e outros servidores.

“Tomamos as devidas precauções. Podemos também seguir um rito desse nas escolas. Inclusive elas já apresentaram os protocolos e estão aptas para o retorno. Esse retorno tem que acontecer em breve. Se o prefeito entender que deve vacinar os professores na próxima semana, a segunda dose será daqui a três meses. Então nós estamos falando em preparação para o retorno das aulas presenciais em agosto. Acredito que temos que começar a fazer essa discussão sem medo, para que professores sejam vacinados em tempo hábil para voltarem às aulas presenciais. Tenho 3 adolescentes dentro de casa e sei a prudência para dizer o que estou falando”, defendeu.