Vereador de Divinópolis compartilhou episódio pessoal nas redes para reforçar importância dos cuidados com a saúde mental
O vereador Vitor Costa (PT), de Divinópolis, usou as redes sociais neste domingo (25/5) para relatar um episódio pessoal de ataque de pânico e, com isso, chamar a atenção para a importância da saúde mental. Ele contou que o caso aconteceu durante a cerimônia da Comenda Candidés, realizada na última quinta-feira (22/5). A honraria é a mais alta concedida pelo município.
De acordo com o próprio vereador, o mal-estar começou ainda durante o dia. Apesar disso, ele cumpriu a agenda normalmente, participou da reunião ordinária da Câmara e, em seguida, seguiu para casa onde se preparou para a solenidade. “Eu continuei me sentindo mal. Tinha uma forte dor de cabeça e ânsia de vômito”, relatou.
Durante a execução do hino nacional, no início da cerimônia, ele precisou deixar o plenário e foi até o plenarinho, onde comunicou aos funcionários que não estava bem. Imediatamente, o também vereador e médico Dr. Delano o atendeu e descartou possibilidades como AVC. Com o quadro estabilizado, Vitor retornou brevemente ao plenário e entregou a comenda à sua homenageada, sendo o primeiro a fazer a entrega devido à condição de saúde.
Vereador Vitor Costa diagnosticado com ataque pânico
No entanto, ao sair da Câmara, o vereador voltou a passar mal e precisou do suporte de uma ambulância. Na avaliação médica, ele recebeu o diagnóstico de ataque de pânico.
“Nós somos humanos e isso pode acontecer comigo, pode acontecer com você, e a gente não pode negligenciar a saúde mental. ”, afirmou Vitor Costa em vídeo publicado nas redes. Ele também reforçou a necessidade de terapia, de falar abertamente sobre o que se sente e de não guardar o sofrimento.
“Não é fraqueza, sabe? A gente tem que estar com terapia em dia, a gente tem que falar o que está sentindo, não pode ficar guardando, porque uma hora isso estoura, uma hora a gente não dá conta de segurar”, alertou.
Além disso, ele explicou que já vinha se sentindo mal nos dias anteriores e que colegas, como o vereador Hilton de Aguiar, haviam percebido algo diferente. Conforme Vitor, a cobrança pessoal, aliada às responsabilidades do cargo, acabaram afetando sua saúde emocional. “Eu sou humano. E humanos têm limites”, disse.
“Não consigo simplesmente chegar na câmara e ir para minha casa. Eu sou vereador 24 horas. Se algo acontece que afeta a população, se vejo que isso está impactando no nosso serviço, eu me sinto afetado também.”, relatou.
Vitor Costa ainda falou da “aparência” alimentada nas redes sociais.
“A vida é mais dura. Ela não é só instagram. Então, vocês vão me ver curtindo no rodeio, sorrindo, em agenda na praça. A verdade é que não é só isso. Tem dores também. Então, não é só a sua vida que pode estar difícil. Para todo mundo. E, para isso, a gente tem que se ajudar, tem que falar, tem que ser amigo”.
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CAPS: apoio a saúde mental
O vereador também destacou o papel do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), localizado no bairro Manoel Valinhas, que oferece atendimento gratuito e funciona 24 horas. “Se você estiver achando que vai perder o controle, nós temos um serviço que atende 24 horas”, lembrou.
Durante o desabafo, Vitor reforçou que saúde mental precisa ser tratada com seriedade, tanto pelo poder público quanto pela sociedade. Ele ainda se colocou à disposição da população para ajudar a combater o preconceito e a ampliar o acesso a serviços de acolhimento. “Para isso que a gente tem que falar, para isso que a gente tem que ser amigo, para isso que a gente tem que tentar trabalhar com isso. Porque, às vezes, a gente não consegue sozinho”, completou.
