Amanda Quintiliano

Deputada esteve no prédio onde as obras continuam paradas

As afirmações do governador de Minas Romeu Zema (Novo) sobre a retomada das obras dos hospitais regionais foram rebatidas pela deputada estadual Lohanna França (PV). O governador disse que algumas delas, dentre elas a de Divinópolis, estariam com ” centenas de trabalhadores nestas unidades”.

Em visita ao Hospital Regional de Divinópolis, nesta terça-feira (4/4), Lohanna mostrou que o local não está em obras.

Em entrevista nesta terça, Zema disse que as obras dos hospitais de Teófilo Otoni, Sete Lagoas, Conselheiro Lafaiete e Divinópolis “estão acontecendo com centenas de trabalhadores nesse momento trabalhando nessas unidades”.

A deputada afirma que estava saindo de Divinópolis, rumo à Assembleia Legislativa, quando viu a entrevista e foi ao Hospital Regional verificar.

“Decidi voltar ao hospital para saber se o governador estava falando a verdade ou não, porque eu não vi um dia de obra aqui, vejam se tem alguma obra acontecendo aqui”, disparou Lohanna ao mostrar o hospital vazio.

Percorrendo vários cômodos do futuro hospital que contempla a macrorregião Oeste, beneficiando mais de um milhão de moradores, Lohanna crítica o atraso na retomada das obras.

“É muito fácil falar que a obras em Divinópolis é a mais avançada, quando a maioria das pessoas que ouve a entrevista nem sabe onde fica esse hospital. Mas aqui tem espaço para leitos que poderiam salvar centenas de vidas todos os meses na nossa região que abrange mais de 53 municípios. Zema mente que nem sente”.

Ordem de serviço

A assinatura da ordem de serviço de retomada ocorreu em fevereiro. Entretanto, o contrato prevê também a revisão e elaboração do projeto. Só após essa etapa é que as obras devem ser, realmente reiniciadas. O contrato prevê o prazo de dois anos para projeto e execução da obra e a possibilidade de aditivo de mais dois anos.

Na entrevista, o governador trata o hospital de Divinópolis como um com as obras mais avançadas. Lohanna questionou o motivo pelo qual elas não foram tratadas como prioridade já que estavam mais avançadas do que as dos outros.

O hospital

A edificação tem 16.761,80 metros quadrados de área construída em um terreno de 53.464 metros quadrados e foi projetada para atender casos de média e alta complexidade.

O projeto prevê que o edifício funcione com um pavimento térreo, área de pilotis e um pequeno mezanino. A estrutura foi concebida para 134 leitos de internação, dos quais oito são de isolamento. Conta, ainda, com 55 leitos de internação intensiva, sendo 30 para adultos, 15 para neonatal e dez de cuidados intermediários, e mais 20 vagas para observação no pronto atendimento, totalizando 209 leitos. Além disso, a unidade contará com 12 salas de cirurgias, dez consultórios para atendimento de urgência e emergência, laboratório e demais dependências.

Trata-se de um hospital geral com foco na assistência à saúde em regime de internação, incluindo a intensiva neonatal e adultos; imediato de assistência à saúde de alta complexidade; apoio ao diagnóstico e terapia por meio de patologia clínica, radiologia, hemodinâmica, tomografia, ultrassonografia, endoscopia e métodos gráficos; procedimentos cirúrgicos e partos cirúrgicos e naturais.

A conclusão das obras será viabilizada por meio dos recursos do Termo de Medidas de Reparação assinado entre o Poder Público e a Vale, em função rompimento da barragem em Brumadinho. O Acordo Judicial visa reparar os danos decorrentes da tragédia, que tirou 272 vidas e gerou uma série de impactos sociais, ambientais e econômicos na Bacia do Rio Paraopeba e em todo o estado de Minas Gerais.