patient monitored by electronic sphygmomanometer during dialysis session

Presidente da Adortrans afirma que número poderia ser três vezes maior se houvesse vagas; Semana Mundial do Rim alerta sobre a conscientização

Cerca de 240 pessoas de várias cidades da região fazem tratamento de hemodiálise em Divinópolis. O número poderia ser ainda maior. O alerta é do presidente voluntário da Associação dos Doentes Renais e Transplantados (Adortrans), Maldo de Oliveira. Ao ano, o número de casos de doenças renais crônicas crescem cerca de 8% no mundo. Se houvessem vagas, segundo Oliveira, o número de pacientes no município poderia ser até três vezes maior.

“240 é o número de vagas que tem na cidade e atende a região. Mas, se tivesse mais acho que chegaria a 700, mil pacientes”, destacou o presidente da Adortrans.

O crescimento de casos da doença tem deixado em alerta a Sociedade Internacional de Nefrologia (SIN). Para tentar reverter este quadro, este ano, a campanha da Semana Mundial do Rim irá focar na conscientização. Com o tema: “Saúde dos rins para todos. Ame seus rins. Dose sua creatinina!” a programação, em Divinópolis, começa neste sábado (07) (programação completa abaixo).

“O maior problema é a falta de conscientização. Até mesmo dos meios políticos. Creio que se você chegar numa câmara de deputados, vereadores e perguntar o que é a hemodiálise, acredito que 70% não devem saber o que é”, comentou Oliveira.

Comparando a doença renal ao câncer, afirmou que a diferença é que os pacientes renais precisam de uma máquina para viver.

“A hemodiálise é mais problemática que o câncer. O câncer você tem duas opções, viver ou morrer. Hemodiálise você precisa de uma máquina para viver. No meu caso, há 12 anos preciso de uma máquina para viver. Quando chegou da hemodiálise não consigo fazer meus afazeres de casa”, relatar.

A semana

A semana será aberta com um simpósio. Várias palestras com médicos especialistas no assunto estão previstas. Também haverá uma caminhada de conscientização e várias atividades até o dia 15 de março.

A doença

De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, a doença renal crônica (DRC) se caracteriza por lesão nos rins que se mantém por três meses ou mais, com diversas consequências, pois os rins têm muitas funções, dentre elas: regular a pressão arterial, “filtrar” o sangue, eliminar as toxinas do corpo, controlar a quantidade de sal e água do organismo, produzir hormônios que evitam a anemia e as doenças ósseas, entre outras.

Em geral, nos estágios iniciais, a DRC é silenciosa, ou seja, não há sintomas ou são poucos e inespecíficos. Por isto, o diagnóstico pode ocorrer tardiamente, quando o funcionamento dos rins já está bastante comprometido, muitas vezes em estágio muito avançado, quando é necessário tratamento de diálise ou transplante renal.

Assim, são fundamentais a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, com exames de baixo custo, como a creatinina no sangue e o exame de urina simples.