Um levantamento estatístico realizado pela Secretaria de Saúde de Divinópolis (Semusa), aponta que em 2014 a cidade registrou 2.018 óbitos. O número é referente a mortes verificadas em todos os hospitais da cidade e na UPA Padre Roberto. Neste período esta última unidade de saúde, que é a única porta da urgência e emergência da cidade via SUS, respondeu por 16,84% dos óbitos. Sendo que 83,16% se deram nas demais unidades hospitalares. O Hospital São João de Deus – o maior da cidade – respondeu, no mesmo período, por 49,56% destes óbitos.
Nos primeiros sete meses de 2015 foram registrados, até o momento, 887 óbitos nas mesmas unidades analisadas no ano passado. Sendo assim, 66,3%, das mortes foram registradas nos quatro hospitais da cidade. Já na UPA Padre Roberto foram verificadas 23,67 % dos óbitos ocorridos nos últimos sete meses na cidade. Já o Hospital São João de Deus, no mesmo período, responde por 41,27% dos óbitos.
“Na estatística dos óbitos registrados pela UPA estão incluídos os casos de óbitos por causas naturais ou indeterminadas, sem histórico de morte violenta e que são levados a UPA Padre Roberto para verificação do óbito”, esclarece a Diretora de Urgência e Emergência da Semusa, Cristiane Joaquim.
De acordo com a Semusa, a divulgação desses números é importante para esclarecer a opinião pública em relação às mortes ocorridas na UPA Padre Roberto. Visto que os óbitos ocorrem na sua maioria em unidades hospitalares e, somados, são maiores do que o registrado na UPA.
“Os profissionais que atuam na UPA Padre Roberto estão se empenhando ao máximo para oferecer o atendimento mais adequando à população. Entretanto, uma vez atendidos e estabilizados os pacientes da urgência que permanecem na UPA necessitam de internação e/ou procedimento hospitalar. A Unidade não conta com capacidade instalada ou recursos tecnológicos para condução do tratamento adequado. A vocação assistencial das UPA’s é para o atendimento, avaliação dos riscos, estabilização e encaminhamento dos pacientes, seja para alta ou para unidade hospitalar”, pontua Cristiane.
De acordo com ela, a ausência de leitos disponíveis para internação dos pacientes é a causa da permanência dos pacientes na UPA Padre Roberto. Neste sentido, a UPA não é causa do problema, mas sofre as consequências da desassistência hospitalar, no que se refere a leitos de SUS, na região e particularmente em Divinópolis.
O levantamento que apontou o número de mortes em Divinópolis foi feito a partir dos dados extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade. O sistema é fornecido pelo Ministério da Saúde e disponibilizado para todos os municípios do Brasil.