45% das obras da ETE do Rio Itapecerica estão concluídas

 

Cobrança da taxa de esgoto será gradativa até dezembro; Atraso de obras da prefeitura podem protelar tratamento total

Amanda Quintiliano

Com 45% das obras da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Rio Itapecerica concluídas, a taxa pela prestação do serviço passará a ser cobrada de 24 bairros de Divinópolis. A previsão é de a partir do mês mencionado a cobrança ser gradativa dos consumidores das demais regiões até atingir o tratamento de 90% do esgoto. A previsão é disso ocorrer até dezembro, mas alguns empecilhos podem atrasar.

Para até dezembro deste ano todo este esgoto ser tratado devem estar instalados 6133 metros de rede coletoras, 74434 metros de interceptores. Também é necessária a construção de 10 estações elevatórias. Tudo isso é obrigação da Copasa. Mas, existem ainda alguns bairros sem qualquer infraestrutura. Dentre eles, estão aqueles beneficiados pelo PAC Saneamento.

Este é o caso, por exemplo, do Jardinópolis. Sem a execução das obras do PAC não é possível fazer com que o esgoto chegue até a ETE. Existe um convênio transferindo para o Copasa os ativos. Por eles, ela irá indenizar o município. Porém, como não houve a execução das obras, nenhum centavo foi repassado a estatal. Para isso, cabe ao município implantar toda a rede coletora. 

“Parte das obras que estavam no contexto deste convênio através do PAC, a Copasa está assumindo a execução das obras dos interceptores do Bagaço e Vila Roma”, explica o superintendente da Copasa, João Martins.

Os interceptores do córrego do Bagaço atendem a região do Serra Verde, Nova Fortaleza e o do Vila Romana dos bairros Del Rey, Primavera, Danilo Passos, dentre outros. Para a implantação do sistema de saneamento destes bairros, será publicado o edital de licitação nos próximos dias e a previsão é de as obras serem iniciadas, sob responsabilidade da estatal, no início do segundo semestre.

Neste caso, a Copasa não irá indenizar o municípios pelos ativos, ou seja, pelo esgoto. Ela entrará com os recursos para execução das obras.

A segunda etapa do programa PAC Saneamento foi paralisada por recomendação do Ministério Público que solicitou a realização de uma nova licitação. Até o fechamento desta matéria a prefeitura não havia se posicionado sobre o assunto.

Cobrança

Enquanto a construção da estação continua, o método adotado pela companhia irá possibilitar a cobrança antes mesmo do término. Elas foram iniciadas a partir da ETE, tecnicamente falando, avançando de jusante para montante.  

“Na medida em que os interceptores são instalados, vai nos dando a possibilidade de interligar os lançamentos que existem nos córregos e rios e fazer o esgoto chegar até a ETE”, explica.

Conta de água

O tratamento está previsto para ser iniciados destes 24 bairros a partir de julho, com cobrança em agosto. Isso deve impactar em cerca de 37% a conta de água.

Um exemplo apresentado pelo superintendente revela que 80% dos consumidores consomem 15 mil litros de água no mês em Divinópolis. Considerando uma conta tendo como base este consumo, o morador paga R$67,58 pela água mais R$29,57 pela coleta e transporte, totalizando R$97,15.

Com a taxa de esgoto o valor da água continua o mesmo, o da coleta e transporte cai para R$25,34 e há o acréscimo de aproximadamente R$38,86 pelo tratamento, somando R$131,78.

“A mudança vai acontecer para aqueles imóveis que comprovadamente o esgoto já esteja sendo coletado, transportado e tratado”, reformou Martins, acrescentando que qualquer objeção deve ser levada à Copasa.

Segundo ele, o sistema da companhia possibilita definir exatamente quais são as casas com o esgoto tratado.

Hoje há 13 frentes de serviço, em alguns dividas em turnos, com equipes trabalhando 24 horas por dia. Também será construída a ETE de Santo Antônio dos Campos, Ermida e já está em operação a da Bacia do Rio Pará, no bairro Icaraí. Ele trata cerca de 3% do esgoto da cidade com capacidade de receber 15 mil litros por segundo.