Amanda Quintiliano

Já eram quase 16h quando os manifestantes saíram em caminhada pelas ruas de Divinópolis em protesto contra as reformas da previdências e trabalhistas, nesta sexta-feira (28). O movimento liderado por sindicatos, pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e igreja católica atraiu cerca de 5 mil pessoas, segundo os organizadores.

Trabalhadores e estudantes empunharam faixas e cartazes. Acusaram políticos de agirem em interesse próprio e de grandes empresários. Afirmaram que a reforma representará o desmonte da previdência social e o fim de direitos trabalhistas.

O oficial de justiça, Antônio Oliveira Campos, estava entre os milhares de manifestantes. Ele criticou as mudanças trabalhistas e previdenciárias e classificou as reformas como “destruição”. Contestou as afirmações do governo de que ela é deficitária.

 “Os auditores fizeram um documento oficial dizendo que o saldo é positivo. O governo desvia 30%, embora sejam permitidos, não deixa de ser desvio, pois é para seguridade social. Ela [previdência] já financiou até a construção da ponte do Niterói [Rio de Janeiro”, argumentou, completando sobre a terceirização.

“Terceirização pra mim é escravidão. É vender trabalho humano como se estivesse vendendo mercadoria, vendendo calçado, roupa. Isso fere a dignidade humana. Ele [governo] está defendendo bancário, empresário”.

O estudante de direito, Rafael Oliveira Silva, de 23 anos, também participou do ato. Ele é um exemplo dos riscos da terceirização.

“Já trabalhei numa terceirizada. Minha patroa fugiu. Ela não depositou nem fundo de garantia. Estou na justiça para receber até hoje”, contou, afirmando que as reformas irão prejudicar o povo.

Ato

Os manifestantes percorreram as principais vias da cidade. Enquanto subia a Rua Goiás, funcionários fecharam a porta das lojas em apoio ao ato.

Fotos: Amanda Quintiliano