Amanda Quintiliano
Logo na manhã desta sexta-feira (29) cerca de 60 servidores se reuniram no prédio da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), em Divinópolis, pedindo a suspensão da portaria que restringe as férias dos profissionais da Saúde. Eles foram até lá na expectativa de serem atendidos pelo secretário da pasta, Dárcio Abud, mas ele estava viajando a Belo Horizonte. Uma nova reunião foi agendada para a próxima segunda-feira (02).
O movimento foi articulado durante reunião dos servidores no início da noite desta quinta-feira (28), na sede do Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sintram). Na ocasião também ficou definido que a entidade irá questionar a portaria judicialmente. A diretoria contesta os embasamentos da Semusa para adotar a medida, considerada pelos membros como “desrespeitosa e intempestiva”.
O documento, publicado na última segunda-feira (25), levou em consideração, o decreto declarando situação de emergência a saúde pública do município; a ausência de médicos; o risco de epidemia de dengue apontado pelo último Levantamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes aegypti (Liraa) (1,1 – situação de alerta); e o período chuvoso.
“Entendemos que o decreto declarando situação de emergência a saúde pública não nos atinge. Isso foi feito em ocasião do Hospital São João de Deus o que é diferente e também temos visto, pela própria mídia, a recuperação do hospital”, argumenta a diretora do Sindicato, Ivanete Ferreira.
Portaria
A portaria 083/2013 suspende até o dia 21 de fevereiro do próximo ano a liberação de férias prêmio, licença sem vencimento e afastamento para participação de congressos, seminários e capacitações para todos os servidores da Semusa. Também suspende, até fevereiro, a autorização de férias regulamentares para quem possuir mais de uma férias vencida.
“Os servidores estão indignados com essa conduta, na medida em que, partiu da própria administração a solicitação que os servidores marcassem as férias e que a chefia tomasse as medidas para dividir ao longo do ano para impedir a interrupção dos atendimentos”, disse o diretor de formação sindical, Alberto Gigante e acrescentou: “diante disso, vimos aqui que não há riscos do atendimento ficar prejudicado diante dessa programação”.
Questionado se ele acredita que a medida tenha sido tomada para acobertar a falta de dinheiro dos cofres públicos, como declarou o vereador Adair Otaviano, Gigante disse que prefere não acreditar.
“Seria mais honesto da administração colocar essas questões na mesa e discutir uma forma de ressarcir esse benefício no futuro. Eu me recuso a acreditar que exista tamanha maldade no coração das pessoas que tomaram essa medida”, afirmou.
Comissão
O Sindicato também tentará agendar uma reunião com a Comissão de Saúde da Câmara para pedir apoio aos vereadores e saber o que eles pensam desta situação.
A expectativa do Sindicato é que, pelo menos, participem da reunião de segunda-feira a mesma quantidade de servidores que compareceram hoje.