A mobilização, união e o desejo de buscar segurança e tranquilidade fizeram da Rede de Vizinhos Protegidos um dos projetos de maior sucesso da Polícia Militar, em Divinópolis. A iniciativa de implantação surgiu da ideia de alguns moradores que trouxeram o modelo de segurança preventiva adotado em outras cidades e apresentaram à corporação do 23° BPM a experiência positiva. Em 2009, quando foi lançado, atuando em dois bairros, Planalto e Santa Luzia, não se imaginava a proporção que ele atingiria atendendo, atualmente, 8.200 residências.
O objetivo do projeto é formar uma rede de vizinhos, que se ajuda mutuamente. Os próprios moradores são uma espécie de câmeras vivas, ou seja, orientados pela PM, adotam estratégias para se protegerem. Algumas ferramentas são usadas para reduzir o número de criminalidade, como por exemplo, a identificação nas residências por placas, que se caracteriza o símbolo da união e anuncia que o imóvel pertence à Rede de Vizinhos Protegidos. O apito também é um dos dispositivos usados para tentar impedir o crime.
“Em todos os bairros e comunidades que implantamos o projeto, o apito, botão do pânico, como chamamos, é usado para alertar que algo errado está acontecendo. Nas comunidades rurais, esse dispositivo foi adaptado. Como as residências costumam ser distantes adotamos o alerta através de cornetas e foguetes”, esclareceu o coordenador do projeto, Capitão Marco Paulo Gontijo.
Dois militares do 23° BPM são responsáveis por implantar o projeto. Eles se reúnem com a comunidade e orientam como os moradores podem tomar medidas simples que possibilitam bons resultados.
“Cada bairro adota uma forma melhor de interação entre eles, com trocas de informações pelo whatsapp, contato telefônico e reuniões mensais. É importante salientar que o projeto só é viabilizado de forma positiva quando há o empenho da população”, ressaltou o coordenador do projeto.
No Bairro Bom Pastor, aproximadamente 300 residências participam do projeto. O morador e coordenador da rede no bairro, Antônio de Pádua Avelar, comemora a redução no número de assaltos a residências e afirma que o projeto trouxe mais tranquilidade a região.
“Nas reuniões da Acasp muitos moradores e presidentes de bairros pedem a palavra para abordar situações que podem ter a intervenção dos órgãos de defesa social. Esse contato permite o encaminhamento correto e a devida orientação. Percebemos que, quando há união, o projeto ganha esforços no combate ao crime, não deixando a responsabilidade só a cargo das autoridades”, salientou o presidente da Acasp, José Levi Lucas.