Vinícius Luz

 

O risco da brincadeira é ocupar a linha com falsas ocorrências (Foto: Divulgação)

O risco da brincadeira é ocupar a linha com falsas ocorrências (Foto: Divulgação)

Os trotes atormentam os números de segurança pública e são problemas constantes. Segundo o Corpo de Bombeiros, 70% das ligações diárias junto ao serviço de emergência são trotes em Divinópolis. Poucos são os que efetivamente levam as viaturas a deslocarem. Mesmo assim, ainda geram o transtorno de ocuparem as linhas.

 

De acordo com o assessor de comunicação do 10º Batalhão do Corpo de Bombeiros, tenente Mateus Campos Cunha, os atendentes do serviço de emergência são treinados para realizarem em todas as ligações um protocolo de atendimento para verificar que tipos de recursos dos Bombeiros serão deslocados ao local. Durante esta triagem eles acabam descobrindo quem está passando trotes.

 

“Muitos que ligam para o 193 acabam desistindo ou desligando durante a conversa com nossos atendentes. Mesmo assim, o numero é alto, cerca de 70% das ligações que recebemos diariamente são consideradas trotes mesmo que não sejam deslocadas viaturas para atendê-las”, conta.

 

Segundo o tenente, no ano passado seis ocorrências foram registradas como trote, onde as viaturas realmente se deslocaram ao local. Ele afirma que isso é um problema, pois é um gasto logístico desnecessário.

 

“Além de ocupar nossa linha que é muito solicitada, ainda tem o fato de deslocamento de uma viatura que poderia estar atendendo um caso real de emergência”, reforça.

 

PM

 

Já na Polícia Militar não há dados exatos de quantos trotes são feitos por dia. O assessor de comunicação do 23º Batalhão, capitão Jocimar Lúcio dos Santos, afirma que mesmo assim a situação preocupa pelos mesmos motivos que os bombeiros: linhas ocupadas e deslocamento desnecessário de viaturas.

 

“Ao invés da viatura estar atendendo a um roubo, furto ou mesmo um crime mais grave, está atendendo uma ocorrência que não existe”, ressalta.

 

Ele lembra ainda que o trote é crime e caso a pessoa seja pega, ela será autuada e responderá pelo ato. Dentre casos em quem houve prisão ele citou o de um falso sequestro comunicado por universitários a cerca de dois anos em que seis pessoas foram presas.

 

Ele pede que a população se conscientize de que podem estar colocando em risco outras pessoas ao praticarem os trotes.

 

“As pessoas devem entender que pode ser a diferença entre a vida e a morte. Enquanto uma viatura esta ocupada atendendo uma ocorrência falsa, ela pode estar salvando uma vida”, encerra.