Poliany Mota
“Todos nós somos pessoas com deficiência, é natural da gente, o nosso corpo falha. Mais cedo ou mais tarde a necessidade aparece”. “O que falta para nós é uma maior mobilização, não é só o agente público ou as associações de direitos civis que têm que promover a mudança, mas todos”, afirmou Reginaldo Couto, presidente da Associação dos Deficientes do Oeste de Minas (Adefom), em relação à Semana Municipal da Pessoa com Deficiência de 2014, que traz o tema “Um novo olhar para as diferenças”.
De acordo com Reginaldo, apenas no Passe Livre, em Divinópolis, são cadastrados por volta de 5,6 mil pessoas com algum tipo de deficiência, aproximadamente 2,2 mil intelectual, mesmo número de deficientes físicos, 600 cadeirantes e 600 pessoas com deficiência auditiva.
“O último senso do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] aponta que 8% da população de Divinópolis tem algum tipo de deficiência, ou seja, por volta de 16 mil pessoas”, ressaltou.
Ainda que haja um número grande de cidadãos com necessidades especiais, Reginaldo diz que muitos deficientes ainda são obrigados a se fecharem em seus próprios mundos, por falta de acessibilidade tecnológica, que os permitam se inserirem no mercado de trabalho.
O presidente da Adefom afirma que a Semana da Pessoa com Deficiência é um evento no qual a cidade para para ouvi-los e, consequentemente, param para se ouvirem também.
“Nesta Semana, a gente volta o nosso foco para o tema ‘Um novo olhar sobre as diferenças’, para que as pessoas possam romper com os rótulos, os malditos rótulos, que são colocados sobre a pessoa com deficiência e tiram dela sua dignidade. Se você quer tirar a dignidade de um ser humano, tire da pessoa o seu direito de ser quem ela é, o rótulo faz isso. […] A ideia é essa, que as pessoas estejam abertas as diferenças dos outros”, explicou Reginaldo.
Evento
A abertura da Semana Municipal da Pessoa com Deficiência será realizada no domingo (24), na Praça da Catedral, Centro, das 9 às 13h. As atividades serão realizadas até o dia 30 de agosto, em instituições de ensino públicas e privadas, onde serão promovidas palestras sobre a pessoa com deficiência, como, por exemplo, sexualidade. Também haverá caminhadas de conscientização.