Ana Amélia Vieira

influencia-da-midiaLigo a televisão. O jornal mostra uma troca de tiros no Rio de Janeiro. Mudo de canal, a emissora transmite um atentado terrorista no Quênia. Passo para outra emissora, essa transmite mais um homicídio numa grande capital. Decido desligar a televisão, afinal em menos de quinze minutos já vi três notícias terríveis.

Por que será que a mídia mostra tanto as notícias ruins, e quase nunca as boas? Por que é mais importante mostrar um atentado terrorista do que uma caminhada pacífica? Será que é porque uma notícia ruim dá mais repercussão, ou porque o mundo está horrível e apenas coisas ruins acontecem?

As notícias ruins devem ser mostradas, mas deveria haver um equilíbrio entre mostrar o bem e o mal. Propagar somente informações ruins instiga as pessoas a praticar os mesmos atos, levando-as a banalizar a violência, à falta de amor pelo próximo e ao individualismo que predominam no cotidiano de todos.

No filme A Culpa é das Estrelas, Hazel cita uma frase que eu acho que pode ser comparada com o que falo: “Nada é tão ruim que não possa ser consertado”. Tenho a opinião que tudo pode ser mudado. Às vezes com palavras sinceras de desculpas; em alguns casos, com  ações que mostram  arrependimentos, com uma palavra amiga, um trabalho voluntário e assim vai….

O mundo pode estar horrível. É verdade que ainda acontecem diversas guerras, principalmente na região do Oriente Médio, local onde, diariamente, centenas de pessoas inocentes são mortas de forma violenta e cruel.  O ter ainda é melhor que o ser e atos de vandalismo e brutalidade são cenas comuns.

Porém, há ainda pessoas boas. Há pessoas que valem a pena conhecer e serem mostradas. Pessoas que não querem nada em troca, apenas o bem da população. Minha mãe é uma dessas pessoas. E eu a admiro por isso. Ela não quer nada, quer apenas ajudar. Ela aconselha, não julga, percebe-se o carinho que ela tem com todos que precisam, sempre com uma fala amiga e solidária.

A mídia deveria dar um lugar em sua programação para mostrar as pessoas do bem, pois ainda existem coisas boas nesse mundo.  Há exemplos de vida a serem seguidos.

Apenas nós podemos mudar isso. Basta querer, acreditar, ter fé e nunca desistir. E ainda não dar tanto valor à desgraça alheia. Deixar de ser o “urubu da carniça” e ser o semeador da paz, do amor, da justiça e do bem comum.