Se o Estado não normalizar o repasse dos medicamentos até o final deste mês, o município entrará com mandado de segurança

A Associação de Combate ao Câncer do Centro-Oeste de Minas (Acccom), irá auxiliar no custeio do medicamento Imatinibe, destinado a pacientes portadores de leucemia, em Divinópolis. O apoio se deve à escassez do material, comunicada pela Superintendência de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Estado de Saúde, que relatou que os remédios não seriam enviados ao município em maio.

Estoque zerado e disponibilização

De acordo com o secretário municipal de saúde, Amarildo de Sousa, ele foi acionado pela diretoria do Complexo de Saúde São João de Deus após a entidade receber a notícia da falta dos remédios. Ele contou que prontamente notificou a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG) e se reuniu com o representantes da superintendência.

“Não houve uma explicação, eles simplesmente disseram que estavam repassando uma informação do Ministério da Saúde e que o estoque estava zerado. Por isso convocamos os órgãos de imprensa, as instituições e fiz essa denúncia na Comissão Interpatite do Estado de Minas Gerais. Conversei com todos os secretários representantes de MG e fomos instruídos a fazer um mandado de segurança, para que seja garantida essa medicação”, contou Amarildo.

Contudo, através desta mobilização, a SES encaminhou um novo e-mail ao Executivo, relatando que até o final deste mês, o estoque estaria regularizado. Porém, Amarildo também explicou que, por motivos de precaução e com o objetivo de garantir a continuidade destes tratamentos, a Semusa procurou a Acccom, juntamente com o CSSJD, para buscar o apoio para a disponibilização do Imatinibe.

Acccom

Para garantir a distribuição do Imatinibe, a Acccom irá abrir mão da sua receita de reserva estratégica, que possui a finalidade de justamente auxiliar em algum problema que venha a ocorrer no Hospital do Câncer. O presidente da entidade, Wilson Martins de Freitas, contou que a preocupação da instituição é que todos os tratamentos dentro do hospital ocorram bem.

“Fizemos uma reunião com a diretoria, foi dado para nós o orçamento de R$ 84 mil e autorizamos a compra desses remédios para que o paciente não fique sem o tratamento, pois isto é obrigação do Estado fornecer, mas como não aconteceu, não podemos deixar o paciente na mão. Tomamos esta decisão, desse apoio”, declarou Wilson.

“Até maio, vamos estar com o tratamento garantido e esperamos que até sexta-feira (26) isso esteja regularizado, caso contrário entramos com o mandado de segurança”, finalizou Amarildo.

Outro medicamento

Além do Imatinibe, há também uma preocupação com a falta do Trastuzumabe, medicamento que é destinado ao tratamento do câncer de mama e somente é fornecido pelo governo, tendo um custo de R$ 800 mil a R$ 900 mil por mês. Amarildo espera que em relação a isso, que o Ministério da Saúde cumpra o que declarou no e-mail mais recente, encaminhado na semana passada.

Na soma dos dois medicamentos, cerca de 167 pacientes são atendidos pelos mesmos nos tratamentos.