Afonso Gonzaga defende a reforma administrativa e a desburocratização do serviço público (Foto: Amanda Quintiliano)

 

Empresários destacaram a atuação dele ao longo dos últimos 15 anos como peça para o desenvolvimento de vários setores do Centro-Oeste

Amanda Quintiliano

Com quase 8 mil indústrias instaladas entre 2002 e 2017, mais de 121 mil empregos gerados, o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg – regional Centro-Oeste), Afonso Gonzaga deixa o cargo nesta quinta-feira (24). Para despedir-se, ele reuniu empresários e representantes de entidades, na manhã de hoje na sede da Fiemg, em Divinópolis.

O tom da curta apresentação feita por Gonzaga foi de “desenvolvimento”. A palavra norteou os últimos 15 anos de trabalho, assim como “inovação”. A frente da entidade ele priorizou o investimento em educação, aplicando R$135 milhões na área para construção de unidades do Senai e Sesi. Neste período foram 140 mil certificados emitidos, em outras palavras, qualificação.

“Dentro do planejamento feito lá trás, há 16 anos, nós cumprimos aquilo que a cidade e a região precisavam. Fizemos com muito carinho, porque trabalhando para a indústria nós sabemos que estamos trabalhando para o comércio, para o serviço”, disse.

 

Dos 76 municípios de abrangência da regional, ele atuou mais firme em 58 deles. Uma população estimada em 1,5 milhão habitantes e PIB de R$33 bilhões. Dentre os setores pujantes da economia regional destacaram-se a confecção, fundição, calçados, fogos de artifícios, dentre outros. Números que colocam a Fiemg Centro-Oeste em destaque dentre as demais unidades.

“O que precisa é ter boa vontade, planejamento, pessoas compromissadas com a sociedade, com o desenvolvimento, isso nós tentamos pregar na associação”, afirmou.

Reconhecimento

Afonso assumiu a presidência em 2002 (Foto: Amanda Quintiliano)

O trabalho e dedicação são reconhecidos por representantes da área da indústria, mas vai além. Ao pedir a palavra, o dono do supermercado ABC, hoje com 39 lojas espalhadas pelo estado, Valdemar Amaral destacou o reflexo para o setor do varejo com a atuação de Gonzaga ao longos dos últimos anos.

“A gente precisa ter cabeça inovadora e ele teve. Agiu profundamente […] Se a indústria não produzir não tem o que o varejo distribuir. O varejo não produz nada […] A indústria tem que desenvolver para o varejo desenvolver”, destacou, o classificando com um líder.

“Os prefeitos são reduzidos, com a cabeça limitada. São políticos, tem as questões políticas para trabalhar, se dedicam muito, e se esquecem da parte de desenvolvimento da cidade, até porque não têm tempo. Se não tiver uma pessoa no setor para abrir a cabeça, dar liberdade e até cobrança, o que o Afonso fazia, a região vai aniquilando”.

União

A união de diferentes setores foi uma das defesas de Gonzaga a frente da entidade.

“Não existe nenhuma entidade melhor do que a outra. Todas são iguais desde que estejam representando seu segmento. Irei pregar isso para o resto da vida”, enfatizou o presidente da regional.

Essa linha foi defendida também pelo vice-presidente da Associação Comercial, Industrial de Divinópolis (Acid), Marcos Fábio. Em um pronunciamento curto ele destacou a união como formar de fomentar a economia.

“Não dar para ter união se você não tiver um projeto comum. Falar que todo mundo precisa unir, todos falam. Mas, vamos nos unir em torno de que? Precisa existir um projeto comum […] Está chegando um novo presidente, temos entidades como o Sinvesd, CDL, Acid, precisamos sentar e convergir”, propôs.

Futuro

A trajetória de Gonzaga no setor privado deve continuar. Porém, os resultados fortalecem o nome dele para uma possível candidatura, seja para esfera municipal ou federal. A possibilidade foi cogitada pelo dono da rede de supermercados ABC, apesar dele não ter falado abertamente.

O presidente da entidade tratou como uma brincadeira, mas não descartou a possibilidade ao falar em mudança.

“Essa brincadeira eu já ouço há algum tempo. A política é muito importante, quer seja ela na área política partidária ou industrial. O que temos de nos preocupar é de mudar o nível das nossas representatividades. Fico muito preocupado quando eu vejo, no Congresso Nacional, 75% das pessoa que lá estão são avós, pais, filhos, netos […] Temos que ter mudança sim, e, quem sabe, para o ano que vem a gente pensar”, finalizou.