“Se não tivermos mais nenhum desmando de nossas representantes políticos e mais nenhuma variante da Covid-19”, afirma
O presidente da Associação Brasileira de Fundição (Abifa) Afonso Gonzaga defendeu a votação de medidas, classificadas por ele como “importantes” no Congresso Nacional para ajudar a reativar a economia. Na lista estão: redução de carga tributária, da máquina administrativa em todos os níveis, desburocratização, e, principalmente, a desoneração de tributos na indústria.
“É extremamente caro e complexo a tributação no Brasil”, afirmou e completou: “Você onerar o setor produtivo é simplesmente tolher o crescimento do País”.
Gonzaga também é diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), além de presidente do Sindicato das Indústrias da Fundição no Estado de Minas Gerais (SIFUMG), do Sindicato das Indústrias da Fundição no Estado de São Paulo (SIFES) e do BRICS Foundry Association.
O final do último ano foi positivo para a indústria apesar dos impactos gerados pela pandemia do novo coronavírus. Isso é o que mostra dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), embora o saldo anual tenha ficado no negativo.
O setor apresentou expansão de 1,9% no quarto trimestre em comparação aos três meses predecessores e de 1,2% em relação a igual período do ano anterior.
Já a queda acumulada foi de 3,5% frente a 2019, o pior ano para o setor desde 2016.
O resultado do final do ano passado deixou o setor animado. Entretanto, as medidas de restrições impostas por governos municipais e estaduais voltaram a assustar. Passado a onda mais intensa, a luz reacende com projeções de recuperação.
“Partindo do pressuposto que a indústria representa hoje 22% do PIB brasileiro, e a indústria é responsável por gerar empego e renda nos demais setores, concluo que, se não tivermos mais nenhum desmando de nossas representantes políticos e mais nenhuma variante da Covid-19 podemos esperar uma recuperação para 2022”, projeta Gonzaga que também já foi presidente da Federação da Industrias de Minas Gerais (Fiemg – regional Centro-Oeste).
“Devemos lembrar que, maior parte da indústria de transformação já está com suas carteiras tomadas para este ano de 2021”, afirmou.
Para ele, a recuperação econômica, passa por “um bom planejamento”.
“Espero que nossas autoridades estejam já colocando em pratica o necessário para este resgaste”, enfatizou.
Para ele, cada esfera governamental (municipal, estadual e federal), deve assumir sua parcela de responsabilidade com medidas.
“Cada um na sua expertise, todos estão extremamente inchados, funcionários saindo pela janela e uns nem indo ao seu espaço de trabalho, portanto a reforma administrativa passa ser uma reforma de extrema urgência para debelar principalmente o apadrinhamento no setor público”, defendeu.
Gonzaga ainda cita a burocracia que trata o desenvolvimento.
“Os governos tanto municipal, quando estadual e federal prepararam muito bem tecnologicamente para cobrança de impostos, mas se esqueceram de preparar para administrativamente atender a sociedade. O emperramento de documentos engavetados dentro dos setores públicos sem dúvida é um dos atrasos no desenvolvimento de nossa cidade, nosso estado e consequentemente em nosso país”, analisou.
Retomada econômica
A prefeitura de Divinópolis concluiu o Plano de Retomada Econômica, que tem o horizonte para até 2030. O documento conta com 15 iniciativas estratégicas, que são projetos e programas a serem desenvolvidos pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e outras secretarias municipais nos eixos “Ambiente de Negócios”, “Infraestrutura” e “Projetos Estratégicos”.