Os profissionais protocolaram denúncia contra o diretor da unidade no Ministério Público; O caso também será levado à ALMG

Ilidio Luciano

Agentes dos Centro socioeducativo de Divinópolis acusam o diretor de segurança da unidade, Fabiano Rabello da Silva de assédio moral e abuso de poder. As denúncias foram levadas à câmara municipal pelo vereador Sargento Elton (Patriota).

O parlamentar elencou as demandas contra o diretor, e se indignou com a situação apresentada pelos profissionais que cuidam de adolescentes internos.

“Fomos procurados por uma comissão, formada por vários agentes socioeducativos, em desfavor do diretor de segurança da unidade, senhor Fabiano Rabello da Silva. Vejo, através da documentação apresentada pelos agentes, indícios fortes de prevaricação, assédio moral e abuso de poder. Como sou presidente da Comissão de Segurança e Defesa Civil em Divinópolis, encaminhei toda a documentação ao representante do Ministério Público, Doutor Gilberto Osório, para que tome as providências devidas, de forma urgente”, declara.

Agentes socioeducativos

Um dos representantes dos agentes socioeducativos, que, por questão de segurança terá sua identidade preservada, pontuou as irregularidades.

“Dentro do que foi apresentado, foi juntado também documentos que comprovam essas irregularidades. Assédio moral e os requerimentos que ele não respondia, vários requerimentos, que pediam uma explicação sobre a postura dele, rotinas da unidade, que estão sendo prevaricadas pelo diretor e processos administrativos que estão parados”, pontua.

O agente ainda explana sobre a falta de escola oferecida dentro da unidade aos internos.

“Em 2019 os internos não tiveram acesso à escola dentro da unidade, sendo privados do direito ao estudo; a alegação foi falta de efetivo de agentes para a viabilização da escola”, declara.

O profissional confidenciou que, vários colegas de profissão estão licenciados, por conta do modo como são tratados pelo superior.

“Para se ter uma ideia, o plantão trabalha com até sete agentes durante o dia, nós temos nove ajustados e outros cinco de licença saúde, ou seja, temos mais agentes afastados do que trabalhando. São 56 agentes divididos em quatro plantões para cuidar de 40 adolescentes. Existem dois núcleos de trabalho. Um dos núcleos trabalha com os adolescentes em internação provisória e outro trabalha com as internações definitivas, mas só um está trabalhando, pois, muitos agentes estão adoecidos”, confidencia.

Por fim, o agente garantiu que a documentação será enviada para a Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa, para as devidas providências.

“Vamos protocolar ainda um pedido no Juizado da Infância e Juventude, pedindo uma investigação sobre a rotina da unidade. Acionamos o sindicato representativo dos agentes socioeducativos, e agora informamos a situação também para a superintendência de saúde dos servidores estaduais. De posse dessas informações, vamos apresenta-las na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa, por meio do Sargento Rodrigues, para providências”, finaliza.

Nota da Suase

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Suase) se manifestou por meio de nota, que repudia qualquer tipo de irregularidades e que, comprovadas,medidas serão tomadas:

“A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio da Subsecretaria de Atendimento Socioeducativo (Suase) esclarece que, até o momento, não recebeu do Ministério Público nenhuma denúncia relacionada ao diretor de segurança do Centro Socioeducativo de Divinópolis. Ressalta, também, que não há qualquer denúncia formal relacionada a ele protocolada junto à secretaria.

 

A Sejusp informa ainda que qualquer denúncia formalizada e recebida pela pasta sobre a conduta de seus servidores é rigidamente apurada seguindo todos os trâmites legais. As apurações são realizadas, dando, inclusive, amplo direito ao contraditório e à defesa dos servidores. Em qualquer constatação de irregularidade, todas as medidas administrativas cabíveis são adotadas.