Júlia Medeiros
Desde semana passada os frequentadores do Restaurante Popular de Divinópolis, na região central, estão pagando mais caro pelo almoço. O preço da refeição subiu de R$2 para R$5. Já o usuário que pagava R$2,50 pela marmitex, atualmente desembolsa R$5,50. O aumento levou a queda de usuários na primeira semana. O número de refeições servidas caiu de 1,7 mil ao dia para 480, redução de quase 72%.
Do total de refeições servidas, 80% foram para pessoas cadastradas na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semds). De acordo com o secretário da pasta, Paulo Sérgio dos Prazeres os usuários cadastrados não foram afetados com o reajuste. “É preciso ressaltar que o preço da refeição foi mantido para todos beneficiários cadastrados. O aumento colocou na pauta do município a discussão do público-alvo da política de assistências sociais”, afirma.
O secretário complementa que a Lei Orgânica da Assistência Social (Loas) determina que a assistência social seja aplicada para quem realmente necessita. “Deparamo-nos com uma situação financeira de manutenção, que custa uma média de R$1,3 milhão ao ano. A situação era fechar as portas do Restaurante ou manter. E em defesa do usuário da assistência social, mantivemos o preço de R$ 1”, explica.
Ao ser questionado pelo PORTAL sobre a ajuda do Governo Federal para manter o Restaurante Popular, o secretário afirma que em contato com o Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), a resposta foi negativa. “Fizemos uma consulta ao MDS para ver a possibilidade de repasse de financiamento para o Restaurante. De acordo com a resposta, não existe repasse. A responsabilidade é do poder local”, afirma.
Restaurante Popular
Inaugurado em 2008, o Restaurante Popular atendia uma média de 1,7 mil pessoas ao dia. De acordo com dados da SEMDS, cerca de 900 pessoas são cadastradas, mas apenas cerca de 220 pessoas mantem a frequência regular diária. O cadastro é válido para beneficiários de programas sociais, como Bolsa Família e Prestação Continuada e aos aposentados com renda mensal de até um salário mínimo. Em caso de dúvida ou para realizar um novo cadastro, é preciso apenas comparecer a Semds, que está localizada na Rua São Paulo, nº 114.
Mais caro
Quem não se enquadra como beneficiário, mas frequenta o Restaurante pelo preço e qualidade da refeição, agora busca alternativa na hora do almoço. Considerando o aumento “salgado” demais, foi o que fez Kamilla Mara. “Agora voltei a almoçar em casa. Na empresa em que trabalho muitas pessoas também optaram por não frequentar mais o Restaurante Popular. Acho que R$2,00 era um preço justo e acessível”, comenta.