Poliany Mota
Os pedestres têm encontrado dificuldade para circularem nas calçadas de Divinópolis, que estão sendo tomadas por vendedores ambulantes. Embora haja fiscalização e multa para a realização de comércio nesses locais a reincidência é grande, de acordo com a Gerente de Alvarás da prefeitura, Nanci Aparecida Barbosa.
“90% dessas pessoas não possuem autorização para vender produtos nas calçadas da cidade. A maioria é reincidente, já foi pega pela fiscalização mais de uma vez. Mesmo com a mercadoria apreendida, eles continuam na rua, arrumam outros produtos para vender”, explicou a funcionária pública.
O vendedor que é pego pela fiscalização tem seu material apreendido, e para recuperá-lo deve pagar uma multa no valor de R$ 56,70 num período de 60 dias, se o ambulante for reincidente o valor dobra. Os produtos alimentícios são vistoriados num período de 24 horas, e levados para o aterro sanitário.
“A comercialização de forma indevida desses produtos é muito perigosa, principalmente porque eles costumam camuflá-los quando estão estragados. Houve um caso em que a fiscalização encontrou um doce mofado com uma criança. Para disfarçar o produto o vendedor jogou uma espécie de calda por cima”, contou Nanci.
A gerente também contou para o Portal Centro Oeste das dificuldades de pegar esses ambulantes. Segundo a funcionária da prefeitura, eles fogem e se escondem dentro das lojas quando vêem o carro da fiscalização ou da polícia se aproximando.
“Embora a remoção dos ambulantes seja um pedido das pessoas que circulam na região central, esse transtorno todo, de
ter que correr atrás deles acaba gerando uma comoção na população, por eles abandonarem toda a mercadoria. Por isso, hoje não podemos mais realizar esse trabalho sem estar acompanhados por policiais, o que acaba dificultando ainda mais. Normalmente ainda tem que chamar o pessoal do Settrans [Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte] para poder isolar o local, e evitar acidentes”.
A maioria dos ambulantes volta para pegar a mercadoria, principalmente quando são eletrônicos. Mas quando isso não ocorre, passado o período de 60 dias, a mercadoria é doada para entidades da cidade, como por exemplo, escolas e creches. Para receber a doação a instituição deve estar devidamente regulamenta no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).
Nanci explica que o município possui normas específicas sobre esse tipo de comércio, que só pode ser realizado no Centro de Comércio Popular, o camelódromo, construído justamente para evitar a obstrução das calçadas pelos ambulantes.