O voto do deputado federal Jaime Martins (PSD-MG), na noite de domingo (17) na Câmara dos Deputados, em Brasília, foi um dos 367 votos que aprovaram a continuação do processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff. Com o resultado, a Câmara autorizou o Senado Federal a julgá-la por crime de responsabilidade. A votação teve ainda 137 votos contrários, sete abstenções e duas ausências.
Para o parlamentar, o resultado mostra “uma situação de independência entre os Poderes Legislativo e Executivo”, mas é o primeiro passo para a moralização do país.
“Não tenho orgulho nem alegria de estar votando esta pauta. É uma pauta negativa, é uma pauta do Brasil da corrupção. Infelizmente mergulhamos nesta crise e foi necessário que fizéssemos esta votação e que daqui para frente possa significar um Brasil melhor, tenho a esperança de um Brasil mais limpo, mais decente e com mais ética na política”, afirmou Jaime Martins.
Jaime Martins ressaltou que votou em respeito à vontade majoritária dos eleitores mineiros. Mas a expectativa do parlamentar é que este seja o primeiro item de uma pauta ética e “que depois venha o afastamento de demais corruptos que ocupam a vida pública brasileira e que possamos fazer verdadeiramente uma reforma política”.
Jaime Martins adiantou que trabalha para que sejam feitas eleições presidenciais junto com as eleições municipais este ano.
“E se for possível até eleições gerais”, acrescentou o parlamentar, de forma a englobar todos os cargos de vereador a Presidente da República.
“Estou absolutamente disposto a abrir mão do meu mandato para que a gente possa ter um Brasil renovado. Espero que os demais parlamentares e senadores também tenham a possibilidade de ter este desprendimento em favor do nosso país”.
A sessão durou quase 10 horas e a votação, seis horas e dois minutos. Todo o processo de discussão e votação do impeachment que começou na última sexta-feira durou quase 53 horas. Ainda ontem (18), a Câmara dos Deputados encaminhou o processo de impeachment para o Senado Federal.