A artista plástica Ge Guevara, de Divinópolis, foi selecionada para participar da 4ª edição do Festival Internacional de Arte Naif (Fian), realizada entre os dias 26 de maio e 30 de junho no município de Guarabira, que fica a 98 quilômetros de João Pessoa, capital da Paraíba.
O festival deste ano buscou se juntar às comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. Por isso, o mote do evento foi “1922… Cem anos depois, qual o nosso Brasil em 2022?”.
Segundo Ge Guevara, o festival fez abrir as veias da brasilidade após 100 anos da Semana de Arte Moderna, com obras de artistas de todo o Brasil.
A obra da artista de Divinópolis selecionada para a exposição é intitulada “Sangue Brasileiro”.
— Ela retrata as contradições políticas, sociais, econômicas e culturais diante do termo “identidade brasileira”.Vivenciamos o cerceamento da liberdade em todos os aspectos, o aumento da desigualdade e exclusão social, o massacre aos indígenas e às minorias etc., fatores que provocam o derramamento de sangue a céu aberto — explica a artista plástica.
Guarabira
Por abraçar a realização do Fian desde a sua primeira edição, em 2019, a cidade de Guarabira, na Paraíba, tornou-se uma vitrine dessa arte para o país. Isso porque as obras presentes no 4º Fian serão também expostas no Minimuseu de Arte Naif (Miman), em Paraty (RJ), e depois no Museu do Sol, em Penápolis (SP).
— Estar em Guarabira na abertura do Fian foi o mesmo que participar de uma manifestação política, numa explosão de cores, pois cada tela ali exposta gritava por um Brasil mais justo, igualitário e ecológico. Sou grata à cidade de Guarabira por valorizar a arte e a cultura e aos organizadores do Fian por nos proporcionarem tamanha emoção — relatou Ge Guevara.
Arte Naif
A arte Naif é descrita como uma arte desenvolvida por artistas autodidatas, sem o rigor de técnicas. Assim, predomina a figura chapada, e a escala, a proporção e a perspectiva deformadas.
Além disso, algumas características desse tipo de arte são as cores brilhantes e alegres, a simplificação de elementos decorativos, o gosto pela descrição minuciosa e a visão idealizada da natureza.