Tinta cinza cobriu painel que representava a cultura de rua: “Podem tentar apagar nossas cores mas as nossas ideias não”

Artistas, produtores culturais e cidadãos de Divinópolis (MG) protestaram, nesta sexta-feira (23/12), em frente ao ginásio Poliesportivo “Dr. Fábio Botelho Notini”, pela pintura feita no local, apagando o grafite da fachada.

O ato foi acompanhado pela presidente da Comissão de Cultura da Câmara de Divinópolis, vereadora Lohanna França (PV).

Para a parlamentar, a prefeitura desrespeita a cultura no município.

“Esse é um ato de repúdio da galera que teve sua arte guardada na gaveta. É um ato contra a desvalorização artística, contra o apagamento da nossa história cultural e contra a banalização da arte na nossa cidade”, destacou.

Questionando “cadê o grafite que estava aqui?”,a artista Mariana Bernardes teve seu corpo pintado de cinza, mostrando a insatisfação da população pela pintura no ginásio.

“Podem tentar apagar nossas cores mas as nossas ideias não. Sempre que tentaram nos apagar voltamos mais fortes, e seguiremos assim, com cores na rua e na vida”, disse Mariana.

O artista William Neves concordou que o ginásio realmente precisava de uma reforma e o grafite era uma forma de chamar a atenção. Ele criticou a falta de diálogo do Executivo ao simplesmente apagar a arte e cultura.

“O que nós queremos para a cidade? Mais muros cinzas ou artes que dialoguem com os sonhos dos divinopolitanos. O próprio grafite era pra chamar a atenção pelo poliesportivo, e agora vemos tudo cinza, sem cores”

A arte estava no local desde 2018, grafitada por meio do projeto CCORRA (Circuito Cores na Rua), idealizado por Mariana Bernardes e William Neves.