“Favorecimento, tráfico de influência, prevaricação ou corrupção pura”, questiona deputada sobre suposto envolvimento de Gleidson em negociata com empresário

A deputada estadual Lohanna França (PV) vai acionar o Ministério Público em busca de respostas em relação aos áudios do prefeito de Divinópolis Gleidson Azevedo (Novo) vazados neste sábado (23/9). Neles, ele aparece em suposta negociata com um empresário investigado por corrupção.

“Favorecimento, tráfico de influência, prevaricação, advocacia administrativa – que é quando alguém público trabalha por interesses privados usando a máquina da administração – ou corrupção, pura e simplesmente? Não sabemos, por isso, buscarei respostas no Ministério Público”, afirmou a deputada.

Conforme Lohanna, “aparentemente o prefeito trabalha 24 horas para atender interesses de alguns empresários – não de todos os cidadãos”.

“É inadmissível que a população conviva com suspeita de corrupção e trocas de favores. Quem errou tem que pagar. Isso precisa ser investigado, e eu confio no MP.”, destacou.

Além disso, ela indagou sobre trecho dos áudios, questionado, por exemplo, “agilizando o que? Qual processo?”.

Os áudios do prefeito

Nos áudios, o prefeito – irmão do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) – supostamente, fala direcionado à Nicácio Diegues Júnior, um dos três empresários investigados por pagar propina a vereadores para alteração de zoneamento. Além disso, cita também o vereador Rodrigo Kaboja (PSD) afastado judicialmente do cargo devido a investigação.

“Nicácio, eu estou te ligando e você não atende. Eu estou com o Kaboja aqui. Você não atende nenhum de nós dois. Nós somos parceiros seu. Eu conversei com você na segunda, terceira-feira, não começou a tirar as terras? Você falou que ia começar tirar terra gente. Eu já falei que pode tirar essa m**** aí do seu terreno, essa terra aí. Que o trem no processo, isso aí não vai ter multa, não vai ter nada, não vai ter fiscal para encher o saco não, gente”, afirma em um dos áudios.

Em outro áudio, Gleidson, então, pergunta:

“Oi você já protocolou o negócio lá, hoje lá, pra gente começar esse negócio lá amanhã?

Em seguida, em outro áudio, diz:

“Nicácio é 24 horas, o que você precisar é na hora meu filho. Pode ter certeza disso. Vai me falando tudo o que você precisa que eu vou acelerando eles”.

Logo após, fala em agilizar para “fazerem 600 andares”.

“Querido, vocês me largaram mesmo. Estou aqui agarrado para poder agilizar a questão dos projetos lá para vocês fazerem 600 andares aí, vocês não me ajudam. Já pode ir lá nas ruas lá para começar a calçar? E o negócio lá da Goiás, os canteiros lá da Goiás, vai dar certo? Você tem que me ajudar meu filho”.

Assessor nega

A assessoria de governo da prefeitura nega envolvimento do prefeito. Desta forma, reforça que ele não está entre os investigados da operação Gola Alva. Embora não negue a veracidade dos áudios, afirma que eles, ao serem ouvidos na integridade, se referem ao projeto Adote um Bem Público.

Toda via, os áudios em questão integram as investigações do MP.