Companhia alegou que decisão foi tomada por conta de impasse entre prefeitura e administradora aeroportuária
Amanda Quintiliano
A Azul confirmou a suspensão temporária de seus voos em Divinópolis, nesta sexta-feira (30), ao PORTAL. A decisão foi tomada, segundo a companhia, por conta do impasse entre a prefeitura local e a administradora aeroportuária, que causa a suspensão de serviços essenciais à operação da empresa no aeroporto.
A companhia ressaltou que pretende retomar as operações tão logo os problemas sejam solucionados.
Nesta segunda (02) o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) regional Centro-Oeste, Afonso Gonzaga irá participar de reuniões com representantes do setor para tentar reverter a decisão. Segundo ele, a decisão final da companhia foi prorrogada para quarta, quando a situação poderá ser revertida.
Débitos
Prefeitura de Divinópolis emitiu nota nesta terça-feira (27) alertando sobre o risco. O débito entre o órgão e a Socicam chega a R$ 2.664.000,00. Outro problema é a dívida acumulada dos locadores de hangares. Eles devem R$1,4 milhão, conforme informou o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, José Alonso.
“A quitação dessa dívida seria fundamental para amenizar essa situação”, salientou o secretário.
A dívida entre a prefeitura e a empresa gestora foi herdada ainda do mandato anterior. O prefeito, Galileu Machado (MDB) citou a dívida do Estado com o município de R$62 milhões e afirmou que não irá sacrificar áreas essenciais, como saúde e educação, para quitar o valor devido a Socicam.
“É uma bola de neve. É preciso tratar esse problema de forma séria e honesta com a população. O Estado nos deve R$ 62 milhões. Desse total, R$ 50 milhões só com a Saúde. Só com procedimentos de custeio do Estado e que já foram realizados e pagos pela Prefeitura são R$ 18 milhões. Tem ainda os atrasos com o IPVA, ICMS e dinheiro para o transporte escolar. Não podemos sacrificar esses setores para manter o aeroporto”, resumiu o prefeito.
Solução
A Secretaria da Fazenda apresentou um estudo sobre as taxas cobradas junto aos permissionários. A proposta é de um reajuste no valor do aluguel dos hangares. Hoje, o valor cobrado é de R$ 5,37 o metro quadrado. O município busca também parcerias com os proprietários de aeronaves para minimizar os custos de funcionamento do aeroporto, dentro das possibilidades legais do setor de aviação.
Uma comissão será formada para buscar alternativas. Entre as ações previstas está o agendamento de um encontro entre os representantes do grupo e o Ministério Público Federal, que acompanha os assuntos relacionados ao Aeroporto Brigadeiro Cabral.
Socicam
A Prefeitura ainda tenta um acordo com a empresa responsável pela manutenção do aeroporto para a continuidade das atividades. Porém, caso não se viabilize, os voos comerciais podem ser suspensos.
Matéria atualizada às 16h40 com posição da Fiemg.