Vereador Rodrigo Kaboja Presidente da Camara de Divinopolis
O projeto foi apresentado pelo vereador Kaboja com apoio da Mesa Diretora (Foto: Liziane Ricardo/CMD)

 

Vereadores cobram perícia das gravações para verificar se não houve manipulação

Marcelo Lopes

Vereadores da base do governo pisaram em ovos nos pronunciamentos, nesta quinta-feira (26), na primeira reunião da Câmara de Divinópolis, após o vazamento de mais áudios envolvendo o prefeito Galileu Machado (MDB), o ex-aliado, Marcelo Máximo, conhecido como Marreco e o jornalista Geraldo Passos, do Divinews. Na gravação há negociação de cargo público.

O primeiro a falar foi de Dr. Delano (MDB). Após um período em tumultuado com o governo, ele está em “lua de mel”. O emedebista foi cauteloso ao abordar o assunto. Não atacou e nem defendeu abertamente os envolvidos na denúncia de Marreco. Entretanto, se posicionou contra a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e levantou suspeitas em relação aos áudios.

“Existe uma fita com muitas vozes nela e a gente não pode, enquanto legislador, ser peritos, pois não temos capacidade técnica para isso. Primeiro, temos que verificar de quem são as vozes. São mesmo do Executivo e das pessoas que são citadas? São. Aí se instala a CPI, que é impossível não assinar, mas precocemente, acho muito desnecessário […] A denúncia é importante para Divinópolis e estão todos muito preocupados, e com razão, pois se trata de um prefeito e de pessoas envolvidas. Então assim que tiver a veracidade que as vozes são do executivo e de outras pessoas, vamos estar junto com a apuração”, disse.

O pré-candidato a deputado estadual, o verador Eduardo Print Jr (SD), ao falar, preferiu não se posicionar a favor de nenhum dos envolvidos. Diz acreditar que, primeiramente, deve haver uma apuração no áudio das gravações. Entretanto, ao contrário de Delano, foi um dos seis a assinar o pedido de CPI.

“Seria injusto, de minha parte, tomar qualquer tipo de decisão. Seja ela favorável, contrária, arbitrária ao áudio. Antes de tudo, precisa ser investigado. Não temos nesta casa hoje um perito, que dê a veracidade desta gravação, até porque é crime se fazer uma sem autorização […] A CPI é para fazer a apuração dos fatos e tem o poder de pedir à presidência um perito para realizar a análise deste áudio. Se for verdadeiro, cabe a nós, uma missão de responsabilidade, de fazer um julgamento a que aspecto isso veio. Fazer a convocação das pessoas que estavam nos áudios. Ele (Marreco), apresentou um áudio aqui na tribuna, mas depois vieram outros quatro logo em seguida, que envolvem outras pessoas conhecidas de Divinópolis”, relatou.

Já o líder do governo na Câmara Municipal, Rodrigo Kaboja (PSD), iniciou a fala dizendo que a imprensa e as redes sociais o atacaram covardemente. Em seguida, disse, que com tristeza, o município se encontra em uma crise grave, mas se questiona se ela realmente acontece ou foi implantada para dificultar, segundo ele, a gestão de Galileu Machado (MDB). O vereador questiona da credibilidade das gravações e de Marreco e falou que não tinha conhecimento dos assuntos nos quais o nome dele se referia nos áudios.

“Que histórico tem o cidadão que trouxe estas gravações a público? Diga-se de passagem, precisam ainda ser periciadas para se identificar se há algum tipo de manipulação. Que eu saiba, essa é a terceira gestão consecutiva que essa prática é adotada. E com qual objetivo de fato? Quem estaria cometendo um crime? Muito me espanta o fato de que a única pessoa que aparentemente solicita uma vantagem pessoal, seja a mesma que grava, torna pública, em que essa vantagem é solicitada […] Até que ponto o teatro das coisas nos leva a crer que não se trata de uma grande encenação preparada? Tive, injustamente e mais uma vez o meu nome vinculado a algo que eu sequer tinha conhecimento. Se tivesse conhecimento de que o senhor prefeito tivesse se encontrado com este cidadão, teria, pelo bem do próprio, o impedido de fazê-lo, por tudo e o que todos nós sabemos que este indivíduo é capaz de proporcionar”, relatou.

Protocolização

O pedido de instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), com o objetivo de investigar as gravações, foi protocolado e encabeçado pelo vereador Edson Sousa (MDB) nesta quinta (26). Cleitinho Azevedo (PPS), Sargento Elton (PEN), Janete Aparecida (PSD), Roger Viegas (PROS) e Eduardo Print Jr. (SD) assinaram o requerimento, que deve ser lido no expediente da próxima reunião ordinária, que será realizada no dia 03 de maio (quinta-feira), na Câmara Municipal.