Amanda Quintiliano
O secretário de Administração, Beto Machado voltou atrás e permanecerá a frente da pasta. A confirmação foi feita nesta segunda-feira (25) e foi motivada, segundo ele, por mobilização dos servidores. Na sala dele há uma faixa afixada no quadro com a seguinte hashtag #ficabeto e com várias assinaturas desde servidores concursados a secretários.
A faixa foi colocada na segunda-feira passada, dia 18. Na quarta seguinte cerca de 100 servidores fizeram uma festa de despedida para Machado. Nos próximos dias, uma carta de apoio também será emitida e assinada por eles pedindo a permanência do secretário.
“O que me levou a repensar, principalmente, foi a manifestação dos servidores da secretaria de administração. Me deparei com uma surpresa muito grande, no meu entendimento uma das maiores feita por servidores com mais de 30 anos e que me confidenciaram que nunca ocorreu uma manifestação para que um secretário ficasse”, alegou.
A permanência já foi oficializada ao prefeito Vladimir Azevedo (PSDB) que até o momento não havia assinado o decreto de exoneração e nem nomeado um sucessor a Machado.
Justificativas
Na lista de alegações, o secretário também mencionou uma série de projetos em desenvolvimento, e que, segundo ele, corriam o risco de serem paralisados sem a presença dele. Dentre eles está a sede própria para a Junta Militar; a elaboração do convênio do Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sintram); cartilha da biometria; digitalização de 1,5 milhão de documentos arquivados; e recadastramento dos 1,2 mil servidores que recebem insalubridade.
Ele ainda citou a reorganização de alugueis dos prédios públicos. Com o novo aluguel do antigo prédio do Cecon, na Rua Rio Grande do Norte, e com a recolocação das pastas, estima-se uma economia de R$ 16 mil/mês. Hoje, a prefeitura gasta, em média, R$ 200 mil com este custo todos os meses, incluindo o prédio da Rua Pernambuco.
Também devem ser implantados, nos próximos meses, os programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
“São projetos importantes e que entendo que com a minha saída poderiam prejudicar, não o Vladimir, não a Prefeitura, mas principalmente os cidadãos. São projetos de gestão, que irão repercutir na economia aos cofres públicos, na vida dos servidores”, afirmou.
Resistência
Uma das justificativas do secretário quando anunciou a exoneração foi a resistência encontrada dentro da pasta. Questionado se ele acredita que a partir de agora terá mais liberdade, ele disse que “as turbulências ajudam no amadurecimento”.
“Esses momentos de turbulência é a busca para que a gente possa aperfeiçoar. Isso, de certa forma, faz com que aquela rotina que, às vezes, nos engole, mude. Acredito que agora, com essas turbulências, que as dificuldades serão superadas. Acho que algumas irão permanecer, mas irão reduzir”, ponderou, acrescentado que acredita no governo.