O caso envolve o modelo Eduardo Luiz Santos, que ficou com uma deformidade permanente na boca após um procedimento estético
A biomédica Lorena Marcondes de Faria, de Divinópolis, na região Centro-Oeste de Minas, foi condenada pelos crimes de lesão corporal grave e exercício ilegal da medicina. A sentença, conforme a Rádio Itatiaia, partiu da juíza Marcilene da Conceição Miranda, da 3ª Vara Criminal da Comarca de Divinópolis, na sexta-feira (31/1). O caso envolve o modelo Eduardo Luiz Santos, que ficou com uma deformidade permanente na boca após um procedimento estético realizado em 2022.
Em julho de 2022, Eduardo passou por um procedimento estético na boca na clínica de Lorena. Dias depois, conforme o processo, apresentou complicações graves e precisou de internação em Belo Horizonte. Imagens compartilhadas pelo modelo nas redes sociais mostraram a aparência necrosada dos lábios.
Conforme a denúncia do Ministério Público, Eduardo recebeu a orientação para remover o lábio inferior e parte do queixo. Contudo, ele recusou a cirurgia e relatou ter enfrentado um quadro emocional grave. Após tratamento, conseguiu evitar a remoção, mas exames comprovaram a presença de uma deformidade permanente no lábio inferior.
Lorena Marcondes condenada a pagar indenização
Durante o julgamento, os advogados de Lorena alegaram falta de competência do tribunal para julgar o caso, ausência de provas e cerceamento de defesa. No entanto, a juíza não acatou os argumentos e manteve a condenação.
Lorena foi inicialmente acusada por três crimes: lesão corporal grave, exercício ilegal da medicina e omissão de socorro. Entretanto, a justiça a absolveu da acusação de omissão de socorro.
A sentença impôs:
- Quatro anos, seis meses e 14 dias de reclusão por lesão corporal grave;
- 11 meses de detenção por exercício ilegal da medicina;
- Pena em regime semiaberto, sem necessidade de detenção inicial;
- Indenização de R$ 50 mil ao modelo por danos morais;
- Suspensão da atividade profissional de biomédica durante o período da condenação;
- Proibição de usar redes sociais para promoção profissional pelo mesmo período.
A defesa pode recorrer da decisão atual.
Outro processo
Lorena ainda responde na Justiça por homicídio doloso qualificado pela morte de uma paciente durante uma lipoescultura.