“A pobreza é a maior forma e expressão de violência. Ninguém nasceu para morrer de fome ou sede”, diz Dom José Carlos ao usar tribuna livre

Amanda Quintiliano

O bispo da Diocese de Divinópolis, Dom José Carlos defendeu a implantação da Secretaria de Segurança Pública em Divinópolis. Dom José usou a tribuna livre da câmara, nesta terça-feira (13), para apresentar a Campanha da Fraternidade deste ano.

Com o tema “Fraternidade e Superação da Violência”, está é a terceira vez que a Conferência Nacional dos Bispos no Brasil (CNBB) aborda o assunto. O objetivo é ir muito além das agressões físicas, mas também falar de relacionamentos, convivência e a transformação da cultura.

A igreja católica quer discutir ainda meios eficientes de denúncias, mas mais do que isso, formas de obtenção de respostas rápidas. Uma das defesas do bispo foi a criação da secretaria já proposta pelo vereador Sargento Elton (PEN) e a aprovada em lei.

“Por ela podem vir recursos e se organizar políticas públicas de combate. Também temos que incentivar as políticas comunitárias, como as redes de vizinhos protegidos”, citou.

Mentalidade

Com expressões fortes, Dom José Carlos disse que a violência “humilha a sociedade”, citando, principalmente, as crianças e mulheres.

“Para além da violência doméstica, podemos pensar no trânsito, na relação, na capacidade de convivência, entre os diferentes que não conseguem dialogar e nem se escutarem”, afirmou.

“Há uma violência que nos agride de perto, com palavras”, comentou.

O bispo ainda ressaltou que “há um sistema violento que nos esmaga” e que a pobreza é a maior expressão de violência.

“Ninguém nasceu para morreu de fome ou sede, por falta de remédio ou de recursos […] Vemos e respiramos violência. Na ótica da fé isso é totalmente fora de propósito”, ressaltou, defendendo também a mudança de mentalidade.

“Criamos uma cultura de violência é preciso criar agora a cultura da paz”.