Amanda Quintiliano
Para corrupção não há burocracia no Brasil, mas quando o assunto é benfeitoria nos deparamos com pilhas e pilhas de papéis. Isso é o que vem ocorrendo há cerca de dois meses em Divinópolis. Uma empresa se dispôs a doar 22 lâmpadas de LED para a Praça do Santuário. No entanto, até agora o município não as recebeu.
A Prefeitura de Divinópolis alega que é necessária a regulamentação das doações. A papelada será elaborada pela Procuradoria e o decreto será publicado nos próximos dias no Diário Oficial dos Municípios. Se a empresa obedecer aos critérios estabelecidos, a prefeitura aceitará a doação.
O caso já foi parar no Ministério Público. Indignado com as dificuldades e obstáculos, o vereador, Cleitinho (PPS) levou o caso à promotoria. Ao PORTAL ele contou que a empresa já apresentou vários documentos solicitados Pela Secretaria Municipal de Obras. Entretanto, a cada entrega eram exigidos outros.
“O que me incomoda é que só a preparação desses papéis já tem três semanas, ou seja, já são quase dois meses desde que buscamos um meio de doar essas lâmpadas. Estamos falando de uma doação que não tem nenhum custo para o município. Ela vai é gerar economia, além de dar mais segurança”, afirma Cleitinho.
Projeto
Além de conseguir a doação com uma empresa especializada no ramo, Cleitinho conseguiu mobilizar os empresários no entorno na praça. O projeto de execução irá custar R$6 mil. O valor será dividido por quem tem estabelecimentos. O município não terá um centavo de custo.
Para fazer a alteração a iluminação também é necessária a autorização do arquiteto responsável pelo projeto da Praça do Santuário, o ex-prefeito, Aristides Salgado. Ao PORTAL, nesta quarta-feira (28), ele disse não haver nenhum impedimento, mas que precisa conhecer os modelos das lâmpadas antes de autorizar.
A Praça é tombada pelo Patrimônio Histórico. Pela lei, qualquer mudança precisa de autorização do autor do projeto original enquanto ele estiver vivo.
Dificuldades
Se para receber a doação esbarra-se em burocracias, para deixa-la abandonada não há papel que impede. O Centro de Cultura virou depósito de lixo e banheiro para andarilhos. A fonte não funciona. O jardim não recebe um cuidado. O espaço de lazer tem dado espaço para usuários de drogas.
“É uma pena está praça estar assim. Não tem como pais vir aqui com os filhos. A noite não dá nem pra passar perto”, lamenta a professora, Joelma Cardoso.
Apenas um zelador fica no local. Apesar da função dele ser de cuidar e preservar, ele não faz nada além de passar o tempo na praça.