Ela foi denunciada por duas ex-assessoras que a acusaram de assédio moral e perseguição
Por seis votos a três a Câmara de Lagoa da Prata cassou o mandato da presidente, a vereador Josiane Lúcia de Almeida (MDB), nesta segunda-feira (10). Ela foi denunciada por duas ex-assessoras de quebra de decoro parlamentar por assédio moral. Elas ainda a acusaram de perseguição.
As denunciantes foram nomeadas para compor o corpo técnico de assessoramento da câmara em 2019. Elas alegam que durante o período em trabalharam eram coagidas a atenderem exclusivamente a demanda da presidente. Para a relatora da comissão processante, Cida Marcelino (Cidadania) isso era nítido para todos os parlamentares. As duas e uma outra assessora ficavam em um espaço dentro do gabinete da presidência.
Depoimentos das ex-assessoras foram colhidos, assim como de testemunha. Áudios e fotos também foram anexados ao processo. Entre as denúncias também está a de que elas eram obrigadas a pagar contas pessoais da vereadora, como um cheque de R$400 referente a um serviço prestado em uma clínica veterinária.
Josiane que é conhecida por ter envolvimento com as causas de proteção aos animais confirmou o pagamento, segundo o relatório, mas o tratou como “empréstimo”. Após discutir com as ex-assessoras depositou R$500 na conta de uma delas, entretanto, segundo o relatório, não teria comunicado.
Elas ainda era obrigadas, segundo o relatório, a levar a parlamentar a restaurantes e cabeleireiros. Fotos, mostram elas acompanhando Josiane.
A denúncias também pesam contra o ex-marido da vereadora, que seria assessor particular. Ele, segundo o relatório, também coagia as ex-servidoras a executarem atividades extras, que não condiziam com a função, como redigir documentos para terceiros.
Ambas foram exoneradas no dia 17 de março, um dia após terem procurado os demais vereadores para relatar as acusações. A denúncia foi protocolada, oficialmente, em maio.
O decorrer das investigações dividiram os membros da comissão. A relatora e a presidente da comissão, a vereadora Quelli Cássia Couto (Podemos) aprovaram o relatório que recomendavam pela cassação do mandato. Já o membro, Cabo Nunes (Avante) voltou pela inocência da presidente.
Em um relatório individual, disse que os relatos e documentos não foram suficientes para comprovar as acusações. Afirmou ainda que cabe as denunciantes comprovar os relatos e não a Josiane mostrar sua inocência.
A vereadora cassada não foi encontrada para comentar sobre o assunto até o fechamento desta matéria. Nas redes sociais ela tratou as denúncia como perseguição.