Órgão emitiu nota de repúdio e disse que a empresa comete “crime de proporção internacional”
A Câmara de Divinópolis emitiu, nesta terça-feira (28/2), uma nota de repúdio contra a Copasa. Só no último final de semana cerca de 20 bairros ficaram sem água. Em algumas localidades, o desabastecimento já chega a cinco dias.
Ontem, a vice-prefeita Janete Aparecida (PSC) anunciou que a prefeitura acionou judicialmente a empresa para obriga-la a fornecer água. Também foram contratados pelo município, paliativamente, seis caminhões pipa para abastecer escolas, unidades de saúde e casas.
A Copasa alega que foi necessária uma manutenção emergencial na unidade de bombeamento. A precisão inicial era de que o serviço fosse normalizado no domingo (26/2), entretanto moradores ainda enfrentam a falta de água.
Em protesto, alguns moradores do Bairro Davanuze fizeram um protesto na noite desta segunda-feira (27/2). Vasilha se acumulam, assim como roupas. Falta água para tomar banho, limpar a casa.
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Veja a nota da câmara:
“A Copasa fere os direitos humanos quando restringe o acesso de água à população. Há mais de cinco dias, moradores dos bairros Santa Lúcia, Vila das Roseiras, Davanuze, Padre Eustáquio, Santa Rosa e Frei Galvão e outras regiões de Divinópolis sofrem com a completa falta de água e nem os caminhões pipas amenizaram o problema.
A Copasa comete um crime de proporção internacional ao negar o acesso à água potável que é um direito humano essencial, fundamental e universal, indispensável à vida com dignidade e reconhecido pela ONU como “condição para o gozo pleno da vida e dos demais direitos humanos” (Resolução 64/A/RES/64/292, de 28.07.2010).
Fato é que o desrespeito da Copasa com Divinópolis se mantém e não há previsão para terminar. Esta empresa pública administrada pelo governo de Minas Gerais debocha e tripudia em cima do sofrimento do povo divinopolitano há décadas. Nunca foi apresentado um estudo de melhorias e as explicações são apenas um jogo de palavras ilusórias e promessas mentirosas que nunca saem do papel.
Medidas legais devem ser tomadas pelo poder público. Estamos vendo acontecer sob nossos olhos uma verdadeira tragédia humanitária em Divinópolis. Onde está o Governo Estadual que precisa interceder por essa situação? Onde está o Ministério Público?
A fiscalização por parte da Câmara de Vereadores está sendo feita e, apesar, das diversas cobranças deste vereador e vários agentes políticos, até agora, não recebemos uma satisfação sequer apesar do salários dos diretores e dos milhões que são gastos para pagamento de jetons de indicados políticos para o Conselho da Copasa estarem sendo rigorosamente pagos em dia todo mês.
A Mesa Diretora da Câmara Municipal de Divinópolis apresentará uma proposta de Moção de Repúdio a ser assinada pelos Vereadores para ser entregue diretamente ao governador Romeu Zema, Presidência da Copasa e Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais.
O povo de Divinópolis, e, hoje, em especial os moradores da região Sudeste, não aguentam mais!”