Presidente do PHS afirma que Marcelo Aro privilegiou aliados e que pedirá a expulsão dele do partido
Após reassumir a presidência nacional do PHS, Eduardo Machado criticou a forma de distribuição do Fundo Eleitoral do partido feita pelo deputado federal mineiro Marcelo Aro. O parlamentar foi afastado da direção da legenda por meio de uma liminar judicial concedida na última segunda-feira. Machado denunciou que, além de destinar valores “completamente desproporcionais” para sua própria candidatura à reeleição, Aro ainda teria beneficiado familiares e pessoas próximas dele até mesmo em outros partidos.
Marcelo Aro é tem mirado cidades do Centro-Oeste na busca pelo voto, por exemplo, Itapecerica e São Sebastião do Oeste.
O novo comandante do PHS afirmou ainda que há fortes indícios de candidatos-laranja usados para desviar verbas do partido por meio dos diretórios estaduais de Goiás e Minas e do Distrito Federal.
Segundo Machado, Marcelo Aro foi o candidato que recebeu o maior valor de repasse da verba destinada ao financiamento público de campanha do PHS. Para disputar a reeleição, o deputado teve doações que chegaram a R$ 1,5 milhão, do total de R$ 18,7 milhões a que o partido tem direito. O deputado mineiro recebeu mais do que o governador do Tocantins, Mauro Carlesse (PHS), que tenta a reeleição e lidera as pesquisas e cuja campanha ficou com apenas R$ 1 milhão.
Candidatos ao Senado do PHS com chances reais de vitória também receberam menos dinheiro que Aro. Em Minas, o repasse para Carlos Viana (PHS) foi de R$ 200 mil. Já a candidata ao Senado pelo Rio Grande do Norte, Zenaide Maia, recebeu R$ 550 mil. Ambos são os favoritos para ocupar a segunda vaga no Senado em seus respectivos Estados.
Eduardo Machado vai além e disse que Aro destinou recursos do PHS para o PRP para beneficiar a candidatura do pai dele, Zé Guilherme (PRP), que tenta uma vaga na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PHS doou R$ 500 mil para o PRP nacional.
Mais denúncias. Porém, a maior preocupação do presidente do PHS é com um possível desvio de recursos da legenda por meio de candidatos-laranja. O diretório estadual de Goiás recebeu R$ 2,6 milhões mesmo sem ter nenhum deputado federal ou estadual com mandato pelo PHS. O repasse só é menor do que o do diretório de Minas, com R$ 3 milhões. Já a direção do partido no Distrito Federal recebeu R$ 2,5 milhões e conta apenas com um deputado estadual com mandato.
Outro lado
Silêncio. O deputado federal Marcelo Aro foi procurado para se manifestar sobre as acusações do atual presidente do PHS, Eduardo Machado, mas não retornou aos contatos da reportagem.
O presidente do PHS, Eduardo Machado, afirmou que vai convocar a executiva nacional do partido nos próximos dias e colocar em votação um processo de expulsão do deputado federal Marcelo Aro da legenda.