Bens foram bloqueados; Eles, o filho e sobrinha estão no presídio Floramar

O donos da construtora RBH, Péricles Hazana Marques e Sandra Mara de Oliveira Barros; o filho do casal, Rafael Marques já estão no presídio Floramar, em Divinópolis. Eles foram apresentados nesta sexta-feira (28) pela Polícia Civil suspeitos de darem um golpe de R$60 milhões.

Sandra, Péricles e Rafael foram presos no dia 21 de setembro, no município de Itajaí, em Santa Catarina. Nesta quarta-feira (26), uma equipe de Divinópolis, formada por seis componentes, em uma viatura, viajaram para buscar os suspeitos, que estavam detidos no sul do país.

A viagem durou cerca de 15 horas e tanto a equipe investigativa como os três presos, chegaram a Divinópolis nesta sexta. Além do casal e do filho, Gabriela Barros Brandão, sobrinha e suspeita de ser laranja na empresa, foi presa em Belo Horizonte no início desta semana, ela também está no Floramar.

Prejuízo

Delegados que acompanham o caso (Foto: Marcelo Lopes)

De acordo com a delegada responsável pelo caso, Adriene Lopes, cerca de 50 pessoas já foram ouvidas e muitas provas, como as práticas dos crimes de estelionato e apropriação indébita, foram trazidas. O prejuízo geral chega a aproximadamente R$ 60 milhões e, além disso, funcionários da empresa também não receberam pagamentos referentes a acertos.

“Os funcionários estão com os créditos trabalhistas, já entraram na Justiça do Trabalho, que também já nos acionou, pedindo levantamento e informações acerca do inquérito, do patrimônio que foi apurado e ainda tem no nome deles”, explicou a delegada.

Após fecharem a construtora, o casal foi para Santa Catarina onde iniciaram um novo empreendimento comercial no segmento de cosméticos. Os suspeitos tiveram os bens bloqueados.

“Os bens que conseguimos apurar são os valores existentes de uma empresa em Santa Catarina que eles abriram no mês passado de perfumaria e cosméticos e posteriormente conseguimos bloquear o valor de R$ 189 mil desta empresa, além de veículos que o casal adquiriu depois da prática do crime”, contou Adriene.

Os presos

O casal não quis dizer muitas palavras. Péricles resistiu às perguntas da imprensa e disse que a advogada de defesa já está atuando na causa. Já Sandra acusou de ser um “marketing” para prejudica-los e negou o golpe.

Vítimas

No 7º Departamento de Polícia Civil, no bairro Santa Clara, havia uma grande movimentação. Do lado de fora, algumas vítimas que adquiriram os edifícios Londres, París e Benfica, estavam aguardando informações.

Victor Azevedo, advogado de 13 famílias compradoras do edifício Londres, relatou que como os proprietários foram presos, o fato será mais fácil de ser elucidado.

“Sabendo do paradeiro deles, onde encontrá-los e cientes de que houve esse crime, então para o Judiciário, vai ser mais fácil, assim como também para as vítimas, pois irão ter, pelo menos, uma explicação do que ocorreu”, explicou.

Um dos compradores foi Cláudio Pena. Ele havia adquirido um apartamento do edifício Londres, em março. Ao PORTAL, a vítima lamentou por não ter averiguado a reputação da construtora.

“Procurei eles através de um amigo e depois eles ficaram insistentes, querendo que eu já entregasse o meu carro, pois havia dado o veículo de entrada mais dinheiro. Eles têm a lábia muito boa”, relatou.

Cláudio soube do golpe através de informações em um grupo de WhatsApp e depois do fato, não obteve mais contato com os proprietários. Ele chegou a pagar R$180 mil. Outras vítimas ouvidas pela reportagem relataram que pagaram R$700 mil e R$450 mil cada.

Após quase três horas de espera, as vítimas ficaram frente a frente com os suspeitos. Eles protestaram e aos gritos pediram justiça e os acusaram de golpe.

Próximos passos

De acordo com a delegada, o inquérito das investigações será remetido para a Justiça, que irá determinar o tempo de prisão dos envolvidos. Até o momento, os presos estão em regime preventivo.

A advogada do casal e filho esteve no departamento de Polícia Civil, mas não quis falar sobre o assunto. Disse que estava assumindo o caso e que iria se inteirar primeiro.