Vereador tratou como “esquisito” o hospital ser pauta constante de pronunciamentos e cobrou critério dos parlamentares

O líder do governo, o vereador de Divinópolis Edson Sousa (CDN) pediu “cautela e prudência” devido aos constantes ataques e críticas ao Complexo de Saúde São João de Deus. A declaração foi feita, nesta terça-feira (14/9), durante a reunião ordinária da Câmara.

Costumas no hábito de mensagens subliminares e filosóficas, Sousa deixou no ar um questionamento sobre a razão para a postura dos colegas que engrossaram o tom contra o hospital no último mês. Em resumo, afirmou ser “esquisito”.

Desde a polêmica da visita do deputado federal Léo Motta (PSL) à cidade para cobrar a destinação das emendas, a unidade é pauta dos pronunciamentos dos vereadores. Na época, ele fez uma live da prefeitura cobrando o repasse de R$ 4,1 milhões.

A transmissão rendeu a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as emendas enviadas ao hospital. Desde então, a unidade é alvo constante de questionamentos.

A situação piorou após três vans odontológicas serem reveladas paradas em um terreno do deputado. Elas seriam usadas em uma projeto social junto a Associação dos Diabéticos de Contagem, ligada ao mesmo parlamentar.

“Critérios”

Hoje, ao falar sobre o assunto, Edsom cobrou critérios nas críticas. Citou como exemplo a troca de corpos registrada no hospital em junho desta ano. Na época, o caso rendeu uma lei para garantir a identificação dos corpos e evitar erros.

Entretanto, ao ocorrer caso semelhante no Serviço Municipal do Luto, o silêncio pairou entre os edis.

“O hospital São João de Deus teve aquele acidente, que eu acredito que só pode ser um acidente, porque uma pessoa em sã consciência não faz isso. Quando teve aquela troca do corpo, essa Casa quase derrubou o hospital. Agora, quando teve no Serviço Municipal de Luto, essa Casa não deu um pio”, afirmou e completou: “Temos que ter critérios”.

A afirmação veio acompanhada da manchete do Jornal Agora. Uma fonte teria dito ao veículos que é comum “carteirada de vereadores e integrantes da prefeitura no Serviço Municipal do Luto”.

“Esquisito”

Chamando a atenção para hospital, Edsom disse que a unidade deve ser respeitada.

“O Hospital São João de Deus é uma instituição inaugurada em 1968, tem uma história, tem que ser respeitada. Aliás, tenho visto muito ruídos que ultimamente o São João de Deus está sendo muito falado aqui, nas terças e quintas, de um mês para cá”, disse.

Ele ainda criticou os constantes ataques.

“Relatório parcial, informações a conta gotas. Estou achando esquisito. Porque um relatório de CPI é apresentada em plenário. Quero partir do princípio da dúvida”, analisou.

Edsom pediu cautela.

“Quero aqui, na tribuna da Câmara, no mínimo, ser cauteloso”, defendeu.

O parlamentar ainda tratou a unidade como patrimônio.

“Defender o Hospital São João de Deus, o rio Pará, o rio Itapecerica é defender Divinópolis. Patrimônio nosso. Tem que ir a fundo, doa a quem doer. Aqueles que foram apóstolos da mentira, das coisas fáceis, que paguem o preço. Mas cautela e prudência é muito bom”, finalizou.