Djalma afirmou que há denuncias mais importantes para instauração da comissão

Marcelo Lopes

O chefe de gabinete, Djalma Guimarães, foi o segundo a ser ouvido, nesta segunda-feira (25), na  Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga indícios da prática de atos lesivos ao interesse público por parte do Poder Executivo. A oitiva foi no plenário da Câmara de Divinópolis.

Djalma disse que não possui vínculo parentesco entre ele e o prefeito de Divinópolis, Galileu Machado (MDB), mas relatou que ambos são amigos de muitos anos.

Em pergunta feita sobre a CPI, o chefe de gabinete afirmou que obteve conhecimento dos áudios a partir de informações divulgadas pela imprensa  Em relação ao ofício de nomeação de cargo à Marcelo Marreco, Djalma também disse que faz rascunhos de todas as pessoas que recebe no Executivo e que, posteriormente, produz um memorando, sem numeração e o envia para Galileu.

Ele confirmou que o documento foi enviado, mas não lembra com precisão quando isso aconteceu. Em questionamento de Josafá (PPS), relacionado ao fato de Galileu supostamente oferecer o cargo sem o denunciante trabalhar, o depoente descreveu que o ponto na prefeitura é feito de forma biométrica.

Djalma diz não ter conhecimento da nomeação de Marreco e que o mesmo sempre foi ao gabinete para pedir serviços, tendo feito isto mais de uma vez. Também relatou, em pergunta de Edson Sousa (MDB), sobre como ele interpretaria o contato do prefeito com alguém fora do âmbito público, que Galileu é um homem livre e faz o que entender, concluindo que não tem informações sobre as ligações dele.

Críticas

O depoente também criticou a situação, dizendo que tem estranheza na Câmara sobre um decreto não publicado e irregular e questionou o porquê dos vereadores não instaurarem uma CPI com outras denúncias de Marreco, que segundo Djalma, eram de maior gravidade. Afirmou também que Marcelo é um homem inteligente e que quando foi candidato a vereador, o chefe de gabinete chegou a trabalhar com ele e acredita nos depoimentos de Máximo.

Em um determinado momento, o presidente da CPI, Ademir Silva (PSD), pediu para que Edson fosse mais incisivo nas perguntas. Os dois debateram sobre o assunto, mas logo após, chegaram a um entendimento. Sobre o jornalista e editor do blog Divinews, Geraldo Passos, Djalma descreveu que nunca o viu na prefeitura ou no gabinete e que conhece ele no trabalho jornalístico na Câmara e prefere se eximir de qualquer coisa a respeito dele sem ter conhecimento.

Edson lembrou que, de acordo com ele, Marreco trabalhou na campanha de Galileu em 2016, mas Djalma contrariou, dizendo que Marcelo era de outro partido que tinha um candidato próprio à prefeitura e que não teve nenhum vínculo com o denunciante na época.

Djalma defendeu Galileu, disse que as denúncias não tem valor jurídico e que elas colocaram a cidade em uma situação difícil. Ele ainda ironizou perguntando se é possível cassar um prefeito com mais de 60 mil votos e se a CPI é o caminho certo para isso.

Ademir disse que a CPI tem o objetivo de investigar algo que pode ou não cassar um prefeito e que está dentro da lei para não ferir algum princípio legal.

Próximos passos

O presidente da CPI, Ademir disse que ainda não foram definidas novas datas, nem para as próximas oitivas e para as adiadas, de Galileu e do procurador federal, Lauro Coelho Júnior, mas adiantou que a última reunião antes do recesso legislativo, deve ocorrer no dia 16 de julho e retornando no dia 03 de agosto.