Amanda Quintiliano
O projeto da Cidade Tecnológica, criando a Zona Urbana Específica (ZUE), foi apresentado aos vereadores, nesta terça-feira (05), e já vai entrar na pauta do próximo dia 11 para votação. Todas as dúvidas, segundo o presidente da Câmara, Rodrigo Kaboja (PSL) foram elucidadas “reforçado a necessidade de aprovação da matéria para o desenvolvimento de Divinópolis”.
Kaboja negou as acusações de especulação imobiliária feitas por especialistas e por cidadãos e descartou a possibilidade de anexar ao projeto qualquer documento assegurando o investimento. “Isso foi só uma pessoa, que se diz ambientalista, que falou e ele não tem conhecimento técnico, e nós temos que trazer progresso para cidade”, afirmou.
“Primeiro temos que ter o projeto aprovado para depois atrair empresas, isso é conversa fiada”, completou se referindo a possibilidade de ter garantia da vinda de empresas para a cidade.
O presidente defende a aprovação unanime do projeto já revelando a apresentação, no próximo mês, de uma nova matéria prevendo a expansão do perímetro urbano de Santo Antônio dos Campos (Ermida).
“Esse projeto é criando uma Zona Urbana Específica, não pode ser para outra coisa se não para a Cidade Tecnológica. Se fosse para especulação, para loteamento, não vejo nada de errado. Vou apresentar projeto neste sentido. A cidade precisa encaminhar”, salientou.
Apresentação
O projeto foi apresentado pelo proprietário da Interpar – ligada aos principais investidores – Aurylio Guimarães, pelo
vice-presidente do grupo World Trade Center, Leonardo Figueiró e pelo diretor da BHZ Arquitetura, Maurício Meireles. Aurylio classificou a reunião como produtiva e disse que os vereadores se manifestaram favoráveis à matéria.
“A reunião foi produtiva, alguns vereadores que tinham dúvidas tiveram elas esclarecidas, os que estavam contra já estão a favor, embora não tenham ido todos os 17 vereadores. Agora, espero que o projeto seja votado”, disse, acrescentando estar tranquilo quanto ao acompanhamento do Ministério Público.
O órgão instaurou um procedimento para acompanhar a tramitação e verificar a legalidade. O promotor Sérgio Gildin também disse que a recomendação encaminhada no ano passado, orientando os parlamentares a não votarem nem projeto de expansão da área urbana até a aprovação do Plano Diretor, também se estende ao da Cidade Tecnológica.
Sobrestamento
O vereador Hilton de Aguiar (PMDB) foi um dos responsáveis pelo adiamento da votação da matéria. Ele chegou a pedir 60 dias de sobrestamento para estudar o projeto, mas o prazo foi substituído pela vista de sete dias solicitada por Adilson Quadros (PSDB). Mesmo com a alegação de estudo, ele não compareceu ao encontro de ontem e já promete sobrestar o projeto.
“É tudo em vão. A gente vota vazio, tudo pela metade. Muitas coisas em Divinópolis começam e param e a gente não tem certeza de nada”, alegou e completou: “Tinha outras reuniões e compromissos que achei mais importante do que participar dessa reunião”.
O presidente da World Trade Center, Leonardo Figueiró chegou a cogitar a transferência do investimento para outro município da região caso o projeto não seja votado. Entre os mencionados por eles estão: Carmo do Cajuru, Pará de Minas e Bom Despacho.
“Ele foi bem claro e disse que no dia 11, se não for votado o projeto, o investimento estará encerrado aqui. Já tem um plano B e eles estão preparados para essa alternativa. O Leonardo também afirmou que eles não irão esperar a votação do Plano Diretor”, disse o ex-secretário-adjunto de desenvolvimento econômico de Divinópolis, José Elísio.
Ainda segundo José Elísio, representantes do governo estadual explicaram as razões por escolherem Divinópolis e disse que o Estado deixa de atrair empresas tecnológicas por não terem um espaço adequado.