Marcelo Lopes

O Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) realizado nas primeiras semanas de janeiro coloca a região Centro-Oeste em alerta. Bom Despacho apresentou, até o momento, o maior índice de infestação do mosquito transmissor da dengue, Zika e Chikungunya, chegando a 14,3%. Isso representa que a cidade está com risco elevado de surto das doenças.

O levantamento também serviu de base para o município jogar para a população a responsabilidade. Isso porque os focos estão, principalmente nas residências. Em outras palavras, das 100 casas visitadas, 14 possuem criadouros do mosquito.

“O problema está espalhado pela cidade. No entanto, encontramos o maior número de focos nos Bairros Aeroporto I e II, JK, Novo Horizonte, São Vicente, Novo São Vicente e Santa Marta”, esclarece na nota Fernando Júnior, coordenador do levantamento.

O perigo de febre amarela também é citado, já que a doença é transmitida pelo Aedes.

“Este é mais um motivo para interrompermos a reprodução desse mosquito. Temos que evitar que a febre amarela chegue à cidade”, completa Fernando Júnior.

Na nota também é dito que desde 2013, a Prefeitura faz mutirões de limpeza, contrata e qualifica agentes e aplica venenos. Os agentes visitam as residências para conferir de perto onde há infestação e orientar o cidadão. Desde 2015, a Prefeitura também multa os proprietários de imóveis que insistem em criar o mosquito.

Cláudio

Os números também não são animadores em Cláudio. O índice registrado é o mais alarmante em toda a história da fiscalização realizada por agentes no município. Com a fiscalização feita entre os dias 08 e 12 de janeiro e com uma equipe composta por treze agentes epidemiológicos, se chegou ao resultado do levantamento com IIP (Índice de Infestação Predial) de 9,9% na cidade, apontando alto risco para epidemia.

O levantamento ainda apontou que foram encontrados 80% dos criadouros do mosquito transmissor em residências. Lixo doméstico, vasos de plantas, bebedouros de animais, reservatórios de água, caixas de passagem e desgelo de geladeira são uns dos principais criadouros.

Arcos

Em Arcos, a situação também é de alto risco. 93% dos focos do mosquito estão dentro das residências. Segundo levantamento divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, através do setor de Endemias, o índice apontado é de 8,4%.

“Apesar de todo o trabalho desenvolvido durante o último ano e o bom resultado que nós obtivemos, ainda falta a cooperação dos moradores. Encontramos muitos focos do mosquito em caixas d’água, pneus, máquinas de lavar, vasos de plantas, materiais de construção, tanques, entre outros. É preciso que os moradores realmente leve este assunto a sério e coloquem em prática todas as ações de prevenção, para que Arcos não sofra novamente uma epidemia”, disse em nota divulgada pela assessoria de comunicação o coordenador de Endemias, Tiago Carvalho.

Conforme o levantamento, os bairros com maior índice de infestação são Niterói, Novo Eldorado, Cruzeiro , Mangabeiras, Novo Horizonte, Jardim Bela Vista, Brasília, Jardim Esplanada, Floresta, Eldorado, São Vicente, São Judas e Centro.

Pelo alto índice e risco de epidemia das doenças causadas pelo Aedes, o setor de Endemias está disponibilizando o telefone do Disque Dengue (37) 3352-1056 e intensificará os trabalhos.

Neste sábado (20), funcionários da Prefeitura estarão na Zona Norte da cidade realizando um mutirão de limpeza que tem como o objetivo a retirada dos focos. Mais informações clicando aqui.

Divinópolis

Na maior cidade do Centro-Oeste, Divinópolis, a realidade não é diferente. Com índice inferiores ao já citados, na cidade o Liraa foi de 6,5%. Foram visitados 4.898 imóveis entre os dias 02 e 06 de janeiro. Do resultado levantado, 94% dos focos estão presentes em residências e 6% em lotes vagos.

A Prefeitura fará ações intensificadas em todo o município, mas com as atenções voltadas principalmente para a região nordeste, onde os focos foram encontrados em 13,68% das casas em todo o seu entorno.

“Dependemos das pessoas fazerem o seu trabalho, o que se deve fazer, que é eliminar os reservatórios de água dentro de suas casas para que não tenhamos a proliferação do mosquito em nosso município”, relata a diretora de vigilância e saúde, Janice de Oliveira Soares.

A população deve relatar focos pelo Disque-Dengue; o telefone para denúncias é o (37) 3221-3722, de segunda a sexta-feira, exceto feriados.

Itapecerica

Itapecerica registrou um dos menores índices das cidades pesquisadas pelo PORTAL, 2,1% o que representa médio risco. Ao todo, o Liraa é realizado em 42 municípios da macrorregião Oeste. Nem todos ainda possuem o resultado.

Segundo a secretária de saúde de Itapecerica, Lara Dias, mesmo com a baixa porcentagem, a situação poderia ser melhor.

“Não estamos satisfeitos. Gostaríamos de estar abaixo do limite, que é o índice 1. Comparando com as cidades da região, não estamos em situação tão grave, mas isso não nos consola”, diz.

A secretária também disse ao PORTAL que nesta semana foi iniciado um mutirão de limpeza, onde os agentes visitam as casas identificam possíveis focos, assim fazendo a retirada dos mesmos com a autorização do proprietário do imóvel.

“Estamos em força tarefa com ações de mutirão, educativas, e de limpeza de casa em casa”, completa Lara.

A agenda do mutirão e os locais onde serão realizados estão aqui.