Bate boca rendeu provocações entre os vereadores; Impeachment de Galileu foi a causa da discussão

O silêncio do relator da Comissão Processante, vereador Renato Ferreira (PSDB) que apura a Denúncia de Infração Político-administrativa contra o prefeito de Divinópolis, Galileu Machado (MDB), provocou um clima tenso na reunião da Câmara de quinta (08). Matheus Costa (CDN) colocou o tucano contra a parede questionando a atuação dele.

Foram ouvidas 10 pessoas pela comissão. Entretanto, o relator, em nenhum dos depoimentos fez uma pergunta sequer. Costa citou que todos fizeram perguntas, menos o que ele chamou de “peça fundamental”.

“Olha a reflexão que eu faço com vocês. 50 mil palavras, um documento deste tamanho, todo mundo questionou, presidente, o membro, o advogado, o Galileu, se pudesse, tinha perguntado também e o relator não tinha pergunta nenhuma. Uai, que estranho, gente. Nenhuma pergunta? Ele tinha que ser era ministro do Supremo, uai. Sabe tudo então. Nenhuma!”, declarou Matheus.

Continuando as críticas, o vereador ainda disse que leu as denuncias, que estava com muitas perguntas e que a falta de questões de Renato respondiam muita coisa.

“Se eu leio uma página, já tenho um monte de pergunta, imagina só se colocar a peça do Supremo Tribunal Federal, passa de 300 páginas e não existe nenhuma pergunta do relator (…) É um agente da ONU, do FBI, um ministro do Supremo. Ele tinha que ser professor de doutorado da UFMG, porque não tinha nenhuma pergunta. Não dá para entender. Para quem sabe ler, um pingo é letra”, ironizou.

Renato rebateu

Renato tentou se defender. Mandou Costa “estudar mais” e disse que o relator acompanha para ouvir.

“Amigo vereador Matheus Costa, você deveria estudar mais, viu? O relatório não está pronto não. Eu sou o relator. Estou aqui para escutar e fazer o meu relatório. Todas as perguntas que o vereador Sargento (Élton) fez foram baseadas na CPI e eu fiz as perguntas. Todas as perguntas que o Roger Viegas fez, foram baseadas na CPI que teve nessa casa e eu fiz as perguntas”, rebateu.

Não satisfeito, Matheus Costa voltou a cutucar e questionou quantas perguntas o relator fez.

Renato, então, disparou:

“Eu sou o relator. Estou aqui para fazer o meu trabalho”

“Sim ou não? Fez ou não fez alguma pergunta?”,  voltou a pressionar, Matheus Costa.

“Eu não perguntei porque eu sou o relator, o meu padrão de trabalho quem faz sou eu. Faça o seu trabalho, preocupe-se com o seu mandato, pois o meu quem faz sou eu. Vou te mostrar as perguntas que o Sargento Élton fez”, respondeu já menos confortável. 

Em seguida Renato pediu para que a reunião continuasse para que mostrasse as perguntas. Matheus pediu a palavra novamente, mas o presidente da Câmara, Rodrigo Kaboja (PSD), disse que a situação devia parar por ali e deu prosseguimento à reunião.

Matheus foi até Renato, que mostrou as perguntas, tendo os trabalhos do Legislativo seguido normalmente.