Poliany Mota

 

Trocadores terão que descer do ônibus para ajudar cadeirantes a subirem (Foto: Divulgação/Trancid)

Trocadores terão que descer do ônibus para ajudar cadeirantes a subirem (Foto: Divulgação/Trancid)

Os operadores do transporte coletivo de Divinópolis sentirão na pele as dificuldades enfrentadas pelas pessoas que precisam de uma cadeira de rodas para se locomover.

 

A medida faz parte do treinamento “Atender – Eu respeito” que está sendo realizado pelo Consórcio Transoeste, a pedido da prefeitura junto a Associação dos Deficientes do Oeste de Minas (Adefom), com o objetivo de conscientizar motoristas e cobradores para atenderem melhor todos os usuários, principalmente portadores de deficiência.

 

“Estamos atendendo as reivindicações da sociedade, principalmente da Adefom. Estava havendo muita reclamação. O treinamento é para conscientizar sobre a importância de tratar bem os usuários e promover um transporte melhor para todos”, ressaltou o diretor do consórcio da Trancid, Felipe Carvalho.

 

Além das aulas teóricas os operadores terão também aulas práticas, nas quais serão colocados em uma cadeira de rodas. A ideia é fazer com que esses profissionais entendam as dificuldades e passem a ajudar da melhor forma possível esses passageiros.

 

No curso ainda será explicada as mudanças estabelecidas pela nova Lei Municipal 7766/2013, que obriga o operador a estar fora do veículo durante o uso do elevador.

 

“Conseguimos estabelecer que o operador esteja do lado de fora para dar um suporte, isso é um ganho muito grande porque já houve inúmeras quedas do elevador. Caso isso não seja cumprido, o usuário poderá realizar uma queixa na delegacia para que a empresa seja atuada. Ninguém quer isso, por essa razão pedimos que fosse realizado o curso. Também queremos uma conscientização deles, muitos acham que só porque não pagamos, incluindo os idosos, podemos ser maltratados”, explicou Reginaldo Couto, presidente da Adefom.

 

Atendimento ao usuário

 

Em fevereiro o PORTAL fez uma matéria sobre as dificuldades enfrentadas pela dona de casa Cleonice Pereira da Silva em se locomover com seu filho cadeirante, Luiz Henrique Pereira da Silva, de 25 anos.

 

Na ocasião Cleonice mostrou cicatrizes nela e no filho, decorrentes de quedas do elevador do ônibus. A dona de casa ainda contou as humilhações sofridas por parte de alguns profissionais do transporte coletivo, que já chegaram a dizer que “se ela não quisesse passar por apertos, não deveria sair de casa”.

 

Ao saber do treinamento, Cleonice comemorou a notícia. “Isso vai ser bom demais! Eu gostaria muito de ver eles no nosso lugar. Com eles sentindo na pele o que a gente passa todo dia, vão nos tratar melhor, vão ver como não é bom ser deixado para trás”, comentou.