O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda está no PSB desde 2002, onde entrou pelas mãos do ex-ministro Ciro Gomes. Hoje é presidente estadual da legenda – o posto de maior articulador das alianças partidárias – e ganha força no cenário político de 2016, quando deverá lançar candidaturas própria em várias cidades do Estado. Em Divinópolis, as costuras políticas foram iniciadas na noite desta sexta-feira (12) com o lançamento da legenda na cidade.
Em um jantar com empresários, Lacerda ensaio o interesse da legenda na cidade. Antes, proferiu uma pequena palestra na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), regional Centro-Oeste. O foco foi “gestão pública”. Ele defendeu a transformação do modelo adotado no Brasil. O classificou como “falido” e disse que os gestores vivem sobre “uma bomba relógio”. A justificativa é a receita inferior à demanda, principalmente dos municípios.
Márcio Lacerda é presidente estadual do PSB (Foto: Amanda Quintiliano)
“Os serviços públicos no Brasil pesam muito nas contas do país. Tem até uma expressão que diz assim, o governo não cabe mais dentro do PIB, e isso é muito sério […] A questão dos custos dos programas sociais, da previdência, por exemplo, são muito elevados e é preciso rever tudo isso, porque só o crescimento econômico não vai dar conta, no futuro, de pagar essas contas”, afirmou.
Custo dos programas sociais, previdência e aumento de impostos foi apenas alguns dos itens citados por ele. Considerado um dos três prefeitos mais bem avaliado do Brasil e vencedor de prêmios de administração público, ele ainda falou na dificuldade da folha de pagamento. Ele limitou-se a falar em cortes, mas exemplificou com as negociações de reajuste salarial de Belo Horizonte. Este ano ainda não foi iniciada a discussão, pois corre o risco de “explodir as contas”.
“É um problema geral e a quantidade de obrigações que os municípios tem, na saúde, da educação, na limpeza urbana, etc. são pesadas e a população sempre quer mais e melhores serviços, o que é natural. Mas, é preciso mexer das contas de todos os municípios e do governo”, enfatizou.
Para aumentar a receita, ele citou como alternativa a criação de imposto.
“O Brasil é um dos poucos países do mundo que não cobra imposto de renda sobre distribuição de dividendo aos sócios sobre o lucro das empresas. É algo que poderia dar uma receita a mais interessante. Mas, só aumentar imposto não resolve”.
Desafios
Empresários acompanharam a palestra (Foto: Amanda Quintiliano)
Com a palestra, o prefeito de Belo Horizonte, deixou uma mostra do perfil dos candidatos que buscam para as cidades mineiras. Apesar das especulações de lançar o nome do presidente da Fiemg, regional Centro-Oeste, Afonso Gonzaga para o cargo de prefeito de Divinópolis, ele disse ainda ser cedo e que isso dependerá das articulações a nível estadual e federal.
“Não gostaria de adiantar isso porque é algo muito prematuro ainda. Não sei o que vai acontecer em ralação ao partido aqui. É a intenção, mas isso depende também de negociações de nível estadual e nacional entre os partidos. Mas sendo uma grande cidade é natural que haja movimento neste sentido”.
Após a palestra e antes do jantar, o presidente estadual do PSB visitou a Plasdil e o ABC.
