vereador de Divinópolis MG Hilton de Aguiar
Hilton disse que não precisa dar satisfação ao PT (Foto: Liziane Ricardo/CMD)

A Comissão de Ética da Câmara de Divinópolis orientou o presidente, Rodrigo Kaboja (PSL) a aplicar medidas disciplinares contra o vereador Hilton de Aguiar (PMDB) por decoro parlamentar. Ele foi investigado nos últimos meses após ser denunciado pelo Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sintram) e também pelo PT local por usar a tribuna livre para ofender o médico da UPA e diretor do sindicato, Alberto Gigante.

Para os membros da comissão, Careca da Água Mineral (PROS), Rodyson Kristnamurti (PSDB) e Adair Otaviano (PMDB), o vereador “extrapolou na forma de verbalizar as emoções usando palavras inadequadas ao referir-se a Dr. Gigante”. Com isso, eles sugeriram que Hilton de Aguiar receba uma censura por escrito imposta pela Mesa Diretora.

Embate

Ofício chegou a ser encaminhado para a prefeitura

Sintram e PT entenderam que Gigante foi ofendido pelo vereador (Foto: Divulgação/Sintram)

O embate entre o parlamentar e o médico começou em abril deste ano quando Hilton esteve na UPA e o local estava superlotado. Segundo ele, Dr. Gigante estaria fazendo corpo mole e assistindo a um filme ao invés de atender os pacientes. De lá pra cá vários ataques foram feitos. O vereador chegou a classificar o médico concursado como “covarde, preguiçoso, câncer, sacana”, além de “incompetente e oportunista”.

O Sindicato considerou as afirmações do parlamentar “impróprias, maliciosas, dolosas e injustas, vez que não correspondem à verdade”. Na defesa, o Sintram nega que o médico tenha se recusado a atender os pacientes ou feito “corpo mole”. Destacou ainda os 35 anos de dedicação ao serviço público e disse que o vereador atingiu todos os membros do Sintram ao dizer que o médico “se esconde atrás do sindicato”.

Já o PT, no documento encaminhado à presidência da Câmara, ele afirma que a intenção não foi assumir a defesa do médico, mas que não pode aceitar que “o vereador use a tribuna e os microfones para denegrir a imagem e ferir a honra de pessoas de bem”. Para o partido, “a imunidade parlamentar não pode servir a isso, sob pena de desvirtuar os objetivos do poder legislativo”.

A reportagem tentou contato com Hilton e Gigante para comentarem o assunto, mas nenhum foi encontrado. Também tentamos falar com o presidente da Câmara para saber se ele acatará a decisão da comissão, mas ele também não foi localizado.