Os jogos podem estimular a curiosidade, o raciocínio e o envolvimento dos alunos
Vivemos uma era de inovações no ensino. Ganha cada vez mais espaço a ideia de que o objetivo da educação é que o aluno ganhe conhecimento e senso crítico da maneira mais eficiente possível, e não conservar velhos hábitos convencionais da sala de aula.
Uma tendência importante nesse contexto é a de usar jogos no processo de ensino, tornando a aprendizagem prazerosa e dinâmica. Pode ser difícil de imaginar, mas até o bacará, marca do personagem James Bond, pode ser uma ferramenta de promoção de conhecimento.
O bacará é um jogo de baralho como tantos outros, como mexe-mexe e perfil. Entre as vantagens de se usar jogos no ensino estão a otimização do tempo na sala de aula, o maior envolvimento dos alunos e uma maior interação dos alunos entre si, com o professor e com o conteúdo que se quer ensinar. Os jogos ainda estimulam o aluno a desenvolver interesse pelo conteúdo e estudá-lo com autonomia.
“Inciativas de compartilhar os produtos das criações intelectuais, bem como descrever as experiências positivas e negativas com o uso dessas ferramentas pedagógicas, devem ser incentivadas para que os professores possam fazer uso dessas ideias”, segundo uma pesquisa da Universidade Federal do Ceará.
O dominó, por exemplo, é uma excelente maneira para que as crianças aprendam os números.
Um exemplo mais dinâmico é usar o formato RPG para discutir a Guerra Fria com alunos do final do ensino fundamental ou do ensino médio. Nessa atividade, os alunos são divididos em grupos, e cada grupo é responsável por interpretar a postura de um país com relação à Guerra Fria. Assim, os estudantes são estimulados a discutir e raciocinar sobre qual é a maneira mais eficiente para que os EUA ou a União Soviética defendam os seus interesses.
A Copag, que fabrica jogos de cartas, desenvolveu o jogo Color Addict, cuja dinâmica é voltada para o aprendizado. Além de promover a lógica e a socialização, o Color Addict ajuda as crianças a fixarem os nomes das cores.
Os jogos de baralho também são muito úteis para os idosos, pois estimulam a memória de curto prazo e a lógica, pois criam a necessidade de formar estratégias de jogo para vencer cada partida.
Um outro estudo, da Secretaria de Educação e do Esporte do Paraná, concluiu que “a aplicação de jogos nas aulas de matemática tem sido bem aceita e cada vez mais explorada, possibilitando aos alunos diversificarem o olhar sobre o ensino dessa disciplina, minimizando sua relutância em apreciá-la”.
A pesquisa prossegue: “Cabe ao professor elaborar situações em que os aspectos cognitivos desenvolvidos com o trabalho com jogos reflitam na resolução de problemas matemáticos e nos desafios escolares, através da ampliação das possibilidades metodológicas e os recursos didáticos”.
Segundo o estudo, os jogos tornam os alunos mais interessados e participativos nos conteúdos de matemática por estimularem a curiosidade, o raciocínio lógico e a capacidade de elaboração de estratégias.
“A aprendizagem matemática através de atividades com jogos tem sido cada vez mais aceita pelos professores e pelos alunos, que estabelecem uma relação positiva com os conhecimentos matemáticos, adquirindo autoconfiança, vislumbrando a possibilidade de questionar e corrigir suas ações, analisando seus efeitos para o resultado final”, afirma a pesquisa.