Amanda Quintiliano

 

Pimentel participou de um evento com empresários no Centro de Distribuição do ABC (Foto: Amanda Quintiliano)

Pimentel participou de um evento com empresários no Centro de Distribuição do ABC (Foto: Amanda Quintiliano)

 

As afirmações de certezas do governador eleito, Fernando Pimentel (PT) foram trocadas por falas mais brandas. O petista está em Divinópolis se reunindo com lideranças da região e com empresários. Pela manhã desta quinta-feira (16) ele conversou com a imprensa e disse que um conselho regional de governo irá definir as prioridades que serão atendidas na proporção dos recursos em caixa.

 

A formação de conselhos regionais foi proposta de campanha de Pimentel. Pelo menos 12 serão montados em todo o Estado. O grupo formado pela sociedade civil, lideranças políticas e por membros do governo irão listar as principais demandas e propor soluções. A previsão é de que os gargalos da saúde ocupem o topo da lista do Centro-Oeste.

 

[su_pullquote]“Quando começar o governo, vamos constatar que o Estado não tem dinheiro para fazer tudo ao mesmo tempo […] De qualquer maneira, o dinheiro que tiver, terá que ser discutido regionalmente. O que é mais importante na região? É o hospital? Vamos priorizar”, comentou. [/su_pullquote]

 

Caso isso se comprove, a conclusão do Hospital Público Regional deverá ser prioridade. Mesmo assim, agora já eleito, Pimentel confessa que terá um longo caminho até conseguir recursos para terminar a construção. O repasse minguado do Estado é o principal motivo para o atraso. A questão a partir de janeiro será onde conseguir mais dinheiro para agilizar a obra.

 

Do convênio assinado no ano passado ainda há alguns milhões para chegar aos cofres da construtora. Esse dinheiro já está orçado. O problema ficará por conta dos R$ 40 milhões ainda necessários para a parte física e outros R$ 40 milhões para equipa-lo.

 

“A presidente Dilma tem conversado conosco sobre o assunto e há um programa federal de apoio a construção de hospitais regionais, então não vejo dificuldades se não houver recursos estaduais, de conseguir federais para concluir a obra”, afirmou.

 

Isso sem falar no modelo de gestão. Até agora se falou em Organização Social. Já Pimentel tem defendido torna-lo hospital escola. Entretanto, ele disse que ficará a cargo do conselho definir a melhor opção.

 

“Como governador não vou impor uma situação para um hospital que é da região”, antecipou.

 

São João

 

O São João de Deus é o único a atender pelo SUS em Divinópolis (Foto: Amanda Quintiliano)

O São João de Deus é o único a atender pelo SUS em Divinópolis (Foto: Amanda Quintiliano)

 

Quem dera o Hospital Regional fosse o único problema. O Hospital São João de Deus também ocupa a lista dos gargalos de saúde. Pimentel falou que caberá ao novo secretário da pasta sentar com os responsáveis e traçar soluções.

 

“Eu seria leviano de propor qualquer solução porque eu não conheço os detalhes. O secretário de saúde que for nomeado terá que tomar isso a pulso, vir para cá, se reunir, ver se é possível substituir a gestão, entrar neste acordo com o Ministério Público, para oferecer alguma alternativa”, comentou.

 

Ainda sem poupar críticas ao governo atual, do PSDB, ele disse que os hospitais filantrópicos foram abandonados pelo Estado e incluiu o São João de Deus na lista. Entretanto, conforme entrevista concedida pelo promotor Sérgio Gildin, a recontratualização do Ministério da Saúde resolveria o problema do HSJD, mas não saiu do papel.

 

Ao ser indagado sobre a participação do governo federal, ele tentou justificar dizendo que, provavelmente, houve problemas com documentação.

 

“Se o problema é no governo federal não há problema. Pode ser que não foi recontratado porque não cumpriu alguma norma”, concluiu.

 

Bento Menni

 

Já sobre a ameaça da Clínica São Bento Menni deixar de atender pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ele disse que é obrigação do Estado complementar a tabela para manter a assistência.