Prefeito anuncia pré-candidatura em coletiva de morte de criança de 4 anos
Coletiva detalhou medidas adotadas após a morte da menina; Gleidson lançou pré-candidatura. Foto: Portal Gerais

Prefeito usou coletiva de imprensa da prefeitura sobre “crise na saúde” para lançar pré-candidatura à reeleição

A deputada estadual Lohanna França (PV) denunciou o prefeito de Divinópolis Gleidson Azevedo (Novo), nesta segunda-feira (29/4), por crime eleitoral. No documento protocolado no Ministério Público Eleitoral (MPE), ela aponta abuso de poder e também propaganda extemporânea no anúncio feito por ele da pré-candidatura à reeleição durante coletiva de imprensa. Ela tratou, dentre os assuntos, da morte de uma criança de 4 anos e de medidas para desafogar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

“Os fatos evidenciam que o prefeito utilizou-se da estrutura da administração pública para lançar sua pré candidatura, enviando um recado para centenas de pessoas que assistiram a live, bem como para um número incalculável de pessoas que receberam o “corte” de sua fala, via mensagem de whatsapp, e/ou visualizaram reportagens que fazem menção ao lançamento da sua pré candidatura”, afirma na denúncia.

De forma audaciosa e violando as normas eleitorais vigentes, conforme a deputada, o prefeito realizou a coletiva de imprensa, convocada pela prefeitura municipal e realizada dentro das dependências do próprio órgão – sob a justificativa de tratar de atos de gestão – para anunciar publicamente – e de forma midiática – sua pré candidatura à reeleição.

Prefeito de Divinópolis: Crime eleitoral

“A utilização de recursos públicos e a convocação de eventos institucionais para a promoção de interesses político-eleitorais são proibidos pela legislação brasileira. Não há dúvidas de que, ao utilizar a estrutura administrativa e os recursos públicos da Prefeitura Municipal para convocar uma coletiva de imprensa que seria, em tese, para esclarecer os fatos e as providências que seriam adotadas em razão da morte de uma criança na UPA, o Prefeito Municipal se beneficiou indevidamente do alcance da coletiva e da seriedade do momento, para lançar sua pré candidatura e vinculá-la a uma possível providência para melhorias no atendimento à saúde em Divinópolis”, argumenta.

Agindo desta forma, ainda de acordo com a denúncia de Lohanna, Gleidson, “abusa de seu poder político para lançar sua pré candidatura”

E, desta forma, ele fica em posição de vantagem com relação aos demais pré-candidatos, comprometendo a isonomia do processo eleitoral.

“A live realizada na data de hoje, pela manhã, evidencia a ocorrência de abuso de poder político. Isto porque, a transmissão se iniciou com a abordagem de atos de governo, mediante esclarecimentos sobre a situação de superlotação na UPA Padre Roberto. Bem como, o evento fatídico do dia 26/04/2024, que resultou no óbito de uma criança. No decorrer da live houve um desvio de finalidade eleitoreiro. Uma vez que bens e serviços públicos e prerrogativas do cargo teriam sido usados pelo Prefeito Municipal, em favor de sua
pré-candidatura à reeleição”, consta na denúncia.

Anúncio da pré-candidatura do prefeito

O prefeito de Divinópolis usou a coletiva de imprensa da “crise da saúde” para lançar a pré-candidatura à reeleição nas eleições de 2024. Entre os temas abordados estava a morte de Thallya Beatriz, de 4 anos. Além disso, as medidas para desafogar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) após o ocorrido.

Até então, Gleidson afirmava que ainda não havia se decidido. No dia 11 de maio, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estará na cidade e o assunto principal é a reeleição.

“Deus tocou meu coração nesse fim de semana e eu fiquei todo o tempo com minha esposa pra mostrar para a população divinopolitana que isso é só início. Eu sou pré-candidato a prefeito de Divinópolis de novo. Como a grande maioria que me quer, porque a minoria nojenta vai ter que surtar”, disparou.