Marcelo Lopes
O ex-prefeito de Divinópolis Vladimir Azevedo (PSDB) prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (11) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), no que se diz ao cumprimento de responsabilidades legais ao município.
Em reunião realizada no plenário da Câmara de Vereadores e que durou aproximadamente uma hora e meia, Vladimir foi interrogado pela comissão a respeito de questões como contratos, obras das ETES (estações de tratamento de esgoto), cobranças de tarifas, valores e assuntos tratados com a concessionária de água e esgoto durante o seu governo, que durou entre 2009 e 2016.
Segundo ele, sua presença na oitiva foi uma oportunidade de esclarecer questões e mostrar transparência para os assuntos tratados.
Sobre a taxa de recolhimento de esgoto, Vladimir argumenta que a mesma é cobrada em todo o estado, não somente Divinópolis e diz que fica a cargo de setores responsáveis para investigar se os valores são justos.
Em algumas questões, Vladimir se omitiu das mesmas, dizendo que não obtinha conhecimento dos respectivos assuntos e em outras, justificando que já havia dado respostas, alegando perguntas redundantes.
“Eu já tinha respondido duas vezes a mesma questão. Então chega um vereador atrasado, quer fazer o mesmo questionamento, para gente responder de novo. Aí é mais fácil ouvir o áudio que já está colocado do que ficar repetindo a mesma pergunta três vezes”, completa.
O mesmo diz não ter sido notificado por irregularidades em relação ao abastecimento de esgoto e que não teve ciência da ausência de alvará ambiental da Copasa sobre o tratamento da água em 2013.
Sobre a atuação da Copasa em Divinópolis durante seus oito anos de mandato, Vladimir avaliou da seguinte forma.
“A Copasa está em Divinópolis desde 1972. O contrato foi renovado em 2002 para 2032. O que nós fizemos foi, a partir de um contrato que já existia, buscar uma solução para o tratamento do esgoto em Divinópolis, (são 25 mil metros cúbicos jogados todos os dias no Rio Itapecerica), para que a gente saia da poesia, do hino cantado, para efetivamente contribuir na ação de salvamento do rio. E isso foi construído”.
Roger Viegas (PROS), membro da comissão que integra a CPI, se mostrou insatisfeito com as respostas.
“A gente já esperava o senhor ex-prefeito vir com desculpas esfarrapadas, dizendo que apenas foi um supervisor de contrato. Colocou que o contrato foi montado por ambas as partes técnica, procuradoria da Prefeitura, tanto também da parte técnica da Copasa. Esse era o ponto chave nas perguntas da CPI: saber se o contrato foi feito na concessionária ou não. Ele disse que não, que foi feito pela Prefeitura, mas mostra que o documento era igual para todos os outros municípios, ou seja, o documento prova, (só que ele não quis falar), que o contrato foi elaborado pela Copasa e apenas assinado pelo município. Divinópolis sai perdendo, porque a Copasa é totalmente amparada neste contrato”, completa.
Sobre as perguntas, Roger não aprovou o comportamento do interrogado.
“Ele se colocou muito arrogante, não querendo responder a mesma pergunta feita por vereadores diferentes, mostrando que ele realmente estava mesmo com medo”, explica o vereador, que espera que a CPI seja finalizada até o fim do ano.
Mais duas oitivas estão sendo convocadas para esta semana. Nesta quarta (13) às 14 horas, o atual prefeito Galileu Machado (PMDB) e Flávia Morão, servidora da Prefeitura, darão seus depoimentos.
Na sexta (15) será a vez do superintendente da Copasa na região centro oeste, João Martins, às 13 horas. Ambas reuniões acontecerão no plenário Zózimo Ramos Couto, situado na Câmara Municipal na Rua São Paulo, 277, Centro.